O presidente cessante do Comité Olímpico Internacional (COI) Thomas Bach foi aumentado 10% no último ano de mandato para 350.000 euros em 2024, ainda assim entre 12 a 15% do que o futebol paga aos seus principais dirigentes.
Bach, de 71 anos e que depois de 12 anos no cargo vai passar formalmente o testemunho à eleita Kirsty Coventry na segunda-feira, viu o seu salário congelado nos dois últimos anos numa entidade que gera centenas de milhões de receitas anuais, à semelhança da FIFA e UEFA, igualmente com sede na Suíça.
O ano passado, a FIFA pagou ao seu presidente, Gianni Infantino, 4,5 milhões de euros em salário tributável e bónus, além de outras despesas.
Por ser um dos 109 membros do COI, Infantino recebe ainda verba avultada para custos de escritório e um subsídio diário de uns 400 euros em deslocações por assuntos olímpicos.
O presidente da UEFA, Aleksander Čeferin, recebeu quase 3,75 milhões de euros de rendimento tributável, incluindo 260 mil euros da FIFA por ser um dos seus vice-presidentes.
As entidades desportivas internacionais passaram a publicar detalhes sobre os salários dos dirigentes como parte de reformas de governança, particularmente após os escândalos de corrupção no futebol.
Ao considerar Thomas Bach voluntário em missão executiva a tempo inteiro, o COI entende que o dirigente “não deverá ter de financiar atividades relacionadas com a sua função a partir das suas poupanças pessoais”.
O pagamento anual de Bach foi decidido pela comissão de ética do COI com base no princípio declarado de que “o presidente não deve beneficiar financeiramente da sua posição”.
O organismo ainda não revelou se a sua sucessora, Kirsty Coventry, a primeira mulher e primeira pessoa africana – originária do Zimbabué – a ocupar o cargo, será presidente assalariada.
A bicampeã olímpica de natação deixou a posição de ministra do desporto do seu país para ir liderar o COI, num mandato de oito anos.