O próximo Campeonato do Mundo de 2026, a realizar-se no Canadá, México e Estados Unidos, será o mais poluente da história. Quem o diz é o relatório publicado esta quarta-feira pela organização ambiental britânica “Scientists for Global Responsibility” (Cientistas para a responsabilidade global).
De acordo com esse relatório, realizado em conjunto com o Fundo de Defesa Ambiental e a rede ‘Sport dor Climate Action’, “a elevada dependência em viagens aéreas e aumento significativo na quantidade de jogos” levará a emissão de mais de nove milhões de toneladas de dióxido de carbono.
Segundo esta organização, este valor ultrapassa a média das últimas quatro fases finais de mundiais, assim como a do Campeonato do Mundo do Qatar, que chegou aos 5.25 milhões de toneladas de CO2.
Assim, e de acordo com o documento, o valor de emissões do próximo mundial será “equivalente a 6,5 milhões de carros britânicos conduzidos ao longo de um ano inteiro”.
O Campeonato do Mundo de 2026 terá mais 40 jogos que o anterior, num total de 104 encontros. Na candidatura inicial, os três países anfitriões estimavam uma emissão de dióxido de carbono na ordem das 3,6 milhões de toneladas, isto numa altura em que se previa a realização de apenas 80 jogos.
Na altura, a mesma candidatura afirmou que “esperava que o Mundial 2026 estabelecesse novos padrões de sustentabilidade ambiental no desporto, e que alcançasse benefícios ambientais mesuráveis”.
Este relatório surge em direção contrária aos objetivos ambientais propostos pela FIFA. A organização que rege o futebol mundial comprometeu-se a reduzir em 50% as suas emissões até 2030, eliminando-as por completo até 2040.
Para tal, e segundo a FIFA, foram implementadas estratégias de sustentabilidade que lhe permitiram “estar conscientes do seu impacto e tomar as medidas necessárias”.
“Como resultado, na vertente ambiental, a emissão de gases com efeito de estufa foi calculada e mitigada, o desperdício foi substancialmente reduzido e toneladas de material foi reciclado e desviado de lixeiras, e construção de estádios e operações foram certificadas de acordo com padrões ‘verdes’ de construção”, afirma a FIFA.