Na Luz, o Benfica começou a terceira jornada da I Liga como quem entra numa sala iluminada: de rompante e a querer mandar em tudo. Os encarnados venceram em casa o Tondela por uns contundentes 3-0.
Logo no primeiro minuto, Ivanovic testou a atenção da defesa beirã e, a partir daí, foi uma avalanche encarnada. Pavlidis teve chances de sobra para abrir o marcador, mas encontrou sempre Bernardo Fontes — o guarda-redes do Tondela que, durante largos minutos, foi herói e muralha.
O Tondela tentou respirar quando pôde, sobretudo pelas alas, mas sempre que ganhava campo, via-se encurralado pela pressão de Barrenechea e Ríos.
Até que, aos 31 minutos, a insistência benfiquista foi premiada: Dedic, lateral que parecia ter motor próprio, rasgou pelo meio e serviu Ivanovic. O croata respondeu com potência e fez o 1-0.
A Luz estava quente, e antes do intervalo chegou o segundo. Pavlidis fez de pivô, Schjelderup desenhou o passe perfeito e Aursnes rematou com tudo para o fundo das redes. Golo de laboratório, daqueles que mostram a harmonia de uma equipa.
Na segunda parte, o Tondela regressou com mais nervo. Conquistou um livre perigoso à entrada da área, chegou a acreditar no golo, mas Samuel Soares mostrou segurança.
Do outro lado, Otamendi e Pavlidis podiam ter selado o jogo mais cedo, mas a pontaria não acompanhou a intenção.
O ritmo baixou, o Benfica passou a jogar com o cronómetro e com a tranquilidade de quem já tinha feito o essencial. O Tondela nunca deixou de tentar, mas a noite não estava feita para surpresas.
E, mesmo em gestão, ainda houve espaço para o espectáculo: já perto do fim, Pavlidis tentou assinar o golo da noite com um chapéu sobre Bernardo Fontes. Tiago Manso evitou o desastre, cortando sobre a linha, mas a bola ainda bateu na trave antes de sair.
Quando o relógio já passava dos 90, apareceu de novo o protagonista beirão: Aursnes descobriu Ríos nas costas da defesa e serviu-o de bandeja. Cara a cara com o golo, o médio encarnado rematou, mas Bernardo Fontes voltou a esticar-se e negou o 3-0.
Mas a resistência beirã caiu mesmo na última jogada. Aos 90+6, o recém-entrado Prestiani aproveitou o espaço na área, recebeu à esquerda e atirou colocado, sem hipótese para Bernardo Fontes. O terceiro golo incendiou a Luz e confirmou uma vitória justa e incontestável.
No fim, o resultado espelha bem o que se passou em campo: um Benfica dominante, criativo e com várias figuras em destaque, contra um Tondela batalhador que encontrou em Bernardo Fontes o seu último reduto.
Três golos deram expressão ao jogo, mas ficou a sensação de que as águias tinham ainda mais para oferecer.