Sete jogadores de xadrez de Israel desistiram de participar na 40.ª edição do Open Sestao Basque Country, uma prova importante do calendário mundial que decorre no País Basco, Espanha.
Foi o Clube de Xadrez Sestao, organizador do torneio, quem confirmou a desistência dos israelitas, depois de muita pressão, inclusive da organização, para que não marcassem presença na prova. A iniciativa de desistir partiu dos israelitas, garantiu Miguel Ángel del Olmo, presidente do Clube, em declarações à ‘Europa Press’.
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Três dos sete inscritos já tinham manifestado o desejo de não jogar, mas esta sexta-feira, os restantes quatro foram pelo mesmo caminho e não apareceram para ao arranque da prova, que vai até o dia 19 de setembro.
A desistência dos israelitas deve acalmar os ânimos no País Basco. Estava agendado para sábado, 13 de setembro às 13h00, uma manifestação de apoio à Palestina. Resta saber se a mesma terá lugar agora que não há israelitas em prova.
O Clube de Xadrez Sestao chegou mesmo a propor aos xadrezistas de Israel que, caso desejassem participar, que o fizessem sob bandeira neutra da FIDE (federação internacional da modalidade), tal como ocorre com muitos russos e bielorrussos, após a invasão da Rússia à Ucrânia.
A Federação Internacional de Xadrez tinha ameaçado os organizadores, lembrando-lhes que estavam obrigados a aceitar a inscrição dos israelitas, “Caso contrário, o Open Basque Country perderia o seu reconhecimento oficial, não atribuía pontos de categoria aos participantes e ficaria praticamente condenado à suspensão do torneio”, explicou a organização, citada pela imprensa espanhola.
A pressão do Clube de Xadrez Sestao acabou por fazer efeito. Os organizadores chegaram mesmo a dizer que não haveria bandeiras de Israel nas mesas onde se jogariam as partidas e, na instalação, apenas estariam hasteadas as das comunidades autónomas representadas e uma bandeira da Palestina.
Apesar de reconhecer que o torneio é uma “competição aberta a todos os jogadores, independentemente da idade, género, nível de experiência e, obviamente, nacionalidade”, os organizadores lembraram, em comunicado, que não podiam “impedir a participação de nenhum jogador com licença”.
No entanto, “como demonstração de rejeição perante a violação sistemática dos direitos humanos por parte de Israel”, pediram aos xadrezistas desse país que jogassem sob a bandeira da FIDE. O Clube de Xadrez Sestao condena “o genocídio que está a ser levado a cabo por Israel em Gaza”.
A 40.ª edição do Open Sestao Basque Country conta com 240 jogadores de 33 países.