Uma chuva de estrelas do passado (umas de um passado mais recente, outras de um passado mais distante) agraciou esta segunda-feira o Estádio José Alvalade, para gáudio dos adeptos que puderam ir ao fundo do baú buscar as camisolas de muitos dos seus antigos ídolos. Sentia-se a nostalgia no ar.
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Nomes como Vítor Baía, Pepe, Figo, Quaresma, Pauleta ou Simão Sabrosa, para mencionar apenas alguns, a representarem as lendas de Portugal de um lado (às ordens de Costinha), nomes como Petr Čech, Puyol, Kaká, Henrik Larsson, Balakov, Hagi, Michael Owen, Del Piero ou Stoichkov do outro (sob o comando de Roberto Carlos).
O motivo? O Legends Charity Game, um jogo de solidariedade com vista à angariação de fundos para apoio de vítimas na Ucrânia, em Portugal e no mundo. O resultado? Pouco importa, mas as lendas de Portugal ganharam por 4-1.
Pauleta marcou na primeira parte, a passe de Ricardo Quaresma, Helder Postiga dilatou para 2-0 a abrir o segundo tempo, Michael Owen reduziu para as lendas do Resto do Mundo, mas um golo (e que golo!) de Luís Figo e outro de Pepe, perto do fim, ditaram o desfecho, que era o que menos importava.
Quaresma endiabrado, Pauleta a faturar…depois de muito falhar
O jogo era a feijões, mas Quaresma parecia não querer saber disso. Nos primeiros 15 minutos, o antigo jogador de Sporting, Barcelona e FC Porto (para referir apenas alguns dos clubes por onde passou) andou uma velocidade acima de todos os outros e ofereceu de bandeja vários golos a Pauleta.
Mas o açoriano não parecia para aí virado. Aquele que ainda é o segundo melhor marcador da seleção de Portugal de todos os tempos desperdiçou várias ocasiões daquelas que, noutros tempos, ninguém lhe perdoaria até marcar, enfim, aos 15 minutos, a passe, claro está, da Quaresma.
Postiga entra a falhar e a cair, mas redime-se…
Com tantas estrelas em campo, talvez não seja fácil acreditar, mas a verdade é que não houve mesmo mais golos na primeira parte (houve bolas nos ferros, uma grande defesa de Vítor Baía, mas não houve mais golos…a idade pesa, mesmo em nomes como estes).
Mais golos, então, só na segunda parte. Hélder Postiga foi um dos que entrou ao intervalo e começou por imitar Pauleta no que a falhanços escandalosos diz respeito. Depois, tropeçou e caiu na área. Os espetadores riram e o árbitro marcou falta, por simulação. Até que, tal como Pauleta, também Postiga de redimiu: Figo, a fazer lembrar outros tempos, tirou um daqueles cruzamentos que ele tão bem sabia fazer e Postiga cabececou para o 2-0.
Resto do Mundo responde…mas Luís Figo mostra que quem sabem nunca esquece
As lendas do resto do mundo sentiram o golo e responderam. Acabado de entrar, Del Piero serviu Michael Owen e este bateu Beto Pimparel, que entretanto tinha entrado para a baliza portuguesa.
Só que Luís Figo não estava pelos ajustes e fez questão de lembrar a todos por que razão ganhou uma Bola de Ouro. Com um lance individual fantástico, rematou rasteiro e certeiro para o 3-1.
Beto defende penálti, Pepe fecha as contas e ainda houve hola e invasões de campo pelo meio
Logo a seguir, brilhou Beto, a defender uma grande penalidade batida pelo francês Djorkaeff e ainda houve tempo para Quaresma ver um golo anulado e para Pepe (que ainda corre, e muito) fechar a contagem de cabeça, a cruzamento de Eliseu.
O público ia fazendo a festa, ensaiou a hola mexicana e houve até quem – aproveitando que agora, em Alvalade, já não há fosso – saltasse da bancada para invadir o campo. Ainda antes do minuto 90, porque os jogadores em campo já não vão para novos, o árbitro deu por terminada a partida.
Antes da entrega do troféu às lendas de Portugal, mais invasões de campo, com os stewards a terem mais trabalho do que certamente esperavam para travar os ‘prevericadores’. Nada que afetasse a festa. Afinal de contas, nestes jogos, ganhamos todos.