A Amnistia Internacional enviou cartas à FIFA e à UEFA a pedir a suspensão de Israel das competições de futebol, enquanto a Associação de Futebol de Israel (IFA) não excluir os clubes sediados em colonatos ilegais nos Territórios Palestinianos Ocupados de participarem nas ligas de futebol de Israel.
Diz o organismo que existem, pelo menos, seis clubes sediados em colonatos nos Territórios Palestinianos Ocupados que jogam atualmente em ligas israelitas, “o que constitui uma violação tanto do direito internacional como dos próprios estatutos da FIFA”.
A ONG recorda que a própria FIFA estabelece no artigo 64.2 do seu organismo que “as associações-membro e os seus clubes não podem jogar no território de outra associação-membro sem a aprovação desta última”.
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O organismo sustenta o pedido de suspensão no parecer consultivo emitido em julho de 2024 pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que declarou que a presença de Israel nos Territórios Palestinianos Ocupados era ilegal e devia cessar rapidamente.
Além de denunciar o genocídio israelita em Gaza, a Amnistia Internacional recorda, através de Agnès Callamard, secretária-geral da organização, que “mais de 800 atletas, jogadores e dirigentes desportivos estão entre as mais de 65.000 pessoas que as forças israelitas mataram numa campanha deliberada de devastação generalizada, deslocação forçada e fome de civis”.
Agnès Callamard diz que a FIFA e a UEFA “devem assumir as suas responsabilidades ao abrigo do direito internacional e deixar de permitir que as seleções nacionais e os clubes israelitas participem no futebol internacional ou europeu até que a Associação de Futebol de Israel suspenda todos os clubes dos colonatos ilegais”.
“A FIFA e a UEFA têm financiado a participação de equipas israelitas em torneios internacionais e europeus, o que significa que também podem estar a contribuir para a expansão dos colonatos ilegais e, portanto, para as violações de direitos humanos cometidas por Israel”, acusa a ONG.
Os pedidos de suspensão e Israel e os clubes das provas internacionais foram feitos por diversas vezes pela Palestina, citando exatamente o facto de equipas israelitas sediadas em territórios palestinianos ocupados disputarem as provas de futebol de Israel. No entanto, a FIFA nunca atendeu aos pedidos da federação palestiniana de futebol.