Bruno Lage marcou presença na Portugal Football Summit, na Cidade do Futebol, e falou sobre o impacto das equipas B em Portugal e o que pode ser feito a longo prazo.
O ex-treinador do Benfica acredita que é preciso uma visão mais aprofundada sobre o tema e que os clubes portugueses poderá vir a ser vendidos a investidores.
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“Se não tivermos uma visão de longo prazo, acredito que, daqui por dez ou 15 anos, os clubes em Portugal podem ter de passar de ser propriedade dos sócios para terem eles próprios um dono. Os clubes portugueses podem ter de passar para soluções como a compra de clubes estrangeiros. No centro da Europa, por exemplo, existem mercados e países onde isso é possível”, começou por dizer.
Para explicar o seu argumento, Bruno Lage utilizou o exemplo dos clubes brasileiros que têm feito isso em Portugal, até porque é a “melhor localização para eles” com o objetivo de transferir os jogadores brasileiros para os melhores clubes da Europa.
De seguida, Bruno Lage abordou o maior poder económico dos clubes.
“O mercado mudou e temos ameaças de mercados com uma capacidade financeira diferente, como a Arábia Saudita ou o Brasil. Aconteceu com o João Félix e o Rúben Neves. No Brasil o poder dos clubes mudou e os jogadores são negociados a preços mais elevados. Também há os multiclubes, onde estão inseridas grandes equipas da Europa. Os clubes compram em todo o lado. O que verificámos no último mercado é que o valor médio de uma transferência aumentou imenso. Os jogadores estão mais caros. Até mesmo no nosso país mudou, já sofremos uma concorrência de todo lado. Temos que olhar muito para aquilo que é o mercado da equipa B: continuar a formar, adaptar os jovens, tentar tirar o maior rendimento possível deles e vender. Temos de pensar que, ao dia de hoje, é cada vez mais difícil lucrar com jogadores contratados”, prosseguiu.
Em relação ao futuro, Bruno Lage assegurou que o próximo desafio terá de ser algo em que se possa “apaixonar” e em que consiga ter a família “por perto”.