Os árbitros das competições profissionais de futebol em Portugal deram hoje início a uma forma inédita de protesto, em resposta ao clima de contestação e pressão que dizem enfrentar de forma constante. A ação simbólica começou nos encontros Feirense–Farense (II Liga) e Estoril–Arouca (I Liga), quando os juízes entraram sozinhos em campo e sem a bola de jogo, antes das equipas, num gesto silencioso mas carregado de significado.
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A iniciativa tem como objetivo exigir alterações no Regulamento Disciplinar e agravamento das sanções aplicadas a dirigentes, jogadores e outros agentes desportivos que recorram a insultos, pressões ou tentativas de condicionamento dos árbitros. A classe quer “pôr fim ao sentimento de impunidade” que, afirma, se tem instalado no futebol português.
Durante a tarde, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Pedro Proença, reuniu-se de urgência com o líder da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), José Borges, encontro que contou também com Luciano Gonçalves, presidente do Conselho de Arbitragem e antigo dirigente da associação, além de Rui Caeiro e Nuno Silva, da estrutura federativa.
Num comunicado oficial, a FPF informou que José Borges apresentou um conjunto de medidas que os árbitros pretendem ver incluídas nos regulamentos disciplinares, reforçando a necessidade de proteção institucional e penalização efetiva para quem tenta “intimidar ou coagir” os juízes.
Pedro Proença manifestou solidariedade com as preocupações da classe e garantiu empenho em promover “um clima de tranquilidade no futebol profissional”, numa altura em que se discutem temas estruturais como a centralização dos direitos televisivos, a reformulação dos quadros competitivos e a redução de custos operacionais.
Segundo o Regulamento Geral da Liga Portugal, eventuais alterações às regras só entram em vigor na época seguinte, exceto se houver aprovação unânime e menção expressa de aplicação imediata — algo que os árbitros esperam ver concretizado.
Com este protesto, os árbitros portugueses pretendem chamar a atenção para a urgência de medidas concretas, num futebol que, dizem, “não pode continuar mergulhado num clima de medo, intimidação e desrespeito”.























