O diretor técnico nacional de arbitragem, Duarte Gomes, reagiu esta quarta-feira às recentes polémicas envolvendo relatórios de árbitros e críticas públicas, nomeadamente após os jogos FC Porto–SC Braga e Benfica–Casa Pia, assegurando que os juízes “cumprem a sua missão” ao relatar tudo o que acontece.
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“O que sentimos quando os nossos árbitros dizem a sua verdade é orgulho. Mas também sentido de cumprimento de missão. Estão obrigados a colocarem nos seus relatórios tudo o que acontece em termos desportivos e extradesportivos, nomeadamente incidentes”, começou por explicar o responsável, durante a conferência de imprensa realizada na Cidade do Futebol, em Oeiras.
Duarte Gomes sublinhou que há limites para a ação do Conselho de Arbitragem e que determinados casos passam para a esfera disciplinar.
“Quando o Fábio [Veríssimo], o Gustavo [Correia] ou qualquer outro árbitro coloca no relatório o que presenciou, sentimos que cumpriu a sua missão. Também sentimos que há coisas que saem da esfera da arbitragem para irem para a esfera disciplinar. A justiça tem os seus prazos e fará seguramente prevalecer a verdade.”
Sobre a expressão “jarra”, utilizada por Luciano Gonçalves para negar punições automáticas aos árbitros, Duarte Gomes reforçou a transparência do processo interno.
“Ficou muito claro que não falamos em jarras, nem mostramos a ninguém que vamos fazer isso. Os primeiros a saber quando vão ser responsabilizados são os próprios árbitros, não a imprensa nem os clubes. Qualquer outra coisa que ouçam não é pela via oficial.”
O dirigente explicou ainda que a gestão das nomeações pode ter como objetivo proteger os árbitros e não apenas penalizá-los.
“Muitas vezes a gestão dos desempenhos nem é para castigar o árbitro, mas sim para protegê-lo da exposição. Um erro tem consequências até familiares para os árbitros, e protegê-lo é o mais sensato. Mas é importante que se sintam responsabilizados. Quando erramos, temos de assumir as consequências.”
Para terminar, Duarte Gomes deixou uma garantia firme: “Quando acharem que os árbitros não são responsabilizados, estão enganados, acreditem. São… e muito. Há consequências a nível económico, emocional e classificativo.”
As declarações surgem num momento de forte tensão entre clubes e arbitragem, após sucessivas críticas à atuação dos juízes nas últimas jornadas da I Liga.























