João Almeida não vai alinhar na próxima edição da Volta a França, mas já traçou um plano claro para a temporada: regressar ao Giro de Itália com a ambição declarada de lutar pela camisola rosa e marcar presença também na Volta a Espanha. A confirmação foi dada pelo próprio ciclista português durante o Media Day da UAE Emirates.
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Aos 27 anos, o corredor natural de A dos Francos explicou que a decisão de ficar fora do Tour resulta de uma opção estratégica, partilhada com a equipa, e não de qualquer limitação física. Depois de em 2024 ter sido forçado a abandonar a corrida francesa devido a lesão, Almeida prefere agora concentrar esforços noutras grandes voltas. “No Tour sentes que estás num nível completamente diferente, mas estou feliz por regressar ao Giro e por mudar um bocadinho as coisas”, afirmou.
A ambição é clara e assumida sem rodeios. “Vou ter a camisola rosa como objetivo. É fácil dizê-lo, o difícil é fazê-lo”, reconheceu, sublinhando, ainda assim, a motivação por voltar a uma prova onde já foi protagonista. “Falei com os responsáveis da equipa e deram-me essa oportunidade. Gosto de voltar ao Giro”, acrescentou.
A preparação para a temporada será intensa e cuidadosamente planeada. João Almeida deverá iniciar o ano em Espanha, na Volta à Comunidade Valenciana, seguindo-se a Volta ao Algarve, em fevereiro. Em março, o calendário inclui Paris-Nice e Volta à Catalunha, sempre com o foco principal colocado no Giro, que arranca a 8 de maio, com três etapas na Bulgária, numa das raras ocasiões em que a prova começa fora de Itália.
Sem receios da concorrência, o português até admite que gostaria de reencontrar nomes fortes do pelotão, como Jonas Vingegaard. “Se ele estiver e alguém vencer, as pessoas vão dizer que o nível foi muito alto. Já corri com ele algumas vezes e, se for, teremos ótimas corridas”, afirmou, deixando uma nota especial sobre o companheiro de equipa Tadej Pogacar: “Talvez ele seja diferente, mas não temos medo de ninguém.”
João Almeida tem já um histórico marcante no Giro de Itália. Foi quarto classificado em 2020, edição em que liderou a geral durante 15 dias, e terminou em terceiro em 2023, tornando-se o primeiro português a subir ao pódio final da prova. Nesse mesmo ano venceu uma etapa, sendo apenas o segundo ciclista nacional a consegui-lo.
Depois do Giro, a temporada seguirá com os Campeonatos Nacionais, a Vuelta a Burgos, a Volta a Espanha e os Campeonatos do Mundo, num calendário exigente para o ciclista que cumpre a quinta época ao serviço da UAE Emirates e que entra em 2026 com ambições renovadas no panorama do ciclismo mundial.























