O Benfica deu na noite deste domingo, no Estádio da Luz, um importante passo rumo à conquista do tão ambicionado título que lhe foge à três temporadas. Na receção a um Braga que ainda sonhava com o título, as águias foram sempre quem mais procurou a vitória e esta acabou por chegar graças a um golo solitário de Rafa, a meio da segunda parte, após assistência de David Neres.
O triunfo – o primeiro sobre o Braga na presente temporada – deixa as águias com sete pontos de vantagem sobre o FC Porto (ainda que com mais um jogo disputado) e à espera para ver o que os dragões fazem, segunda-feira, na visita ao Arouca. Quanto ao Braga, que viu interrompida uma série de jogos sem perder, fica agora a nove pontos do Benfica e embora ainda não matematicamente fora da corrida (visto que tem vantagem no confronto direto com as águias), e terá agora de se preocupar, sobretudo, em segurar uma vaga de acesso à Liga dos Campeões 23/24.
Primeiros minutos sem ocasiões, mas com Benfica em crescendo
Num jogo em que as duas equipas precisavam da vitória, os primeiros minutos foram de poucos riscos de parte a parte. O Benfica passava mais tempo no meio-campo contrário, mas sem se acercar com perigo da baliza à guarda de Matheus.
O Braga, por seu lado, só por uma vez chegou junto da grande área adversária, num cruzamento da direita que Vlachodimos segurou sem problemas e aos poucos o Benfica intensificou o seu domínio, encostando o Braga à sua grande área. O primeiro lance de perigo, ainda assim, chegou já para lá do primeiro quarto de hora, com Grimaldo a desmarcar Gonçalo Ramos. este a chegar primeiro do que Matheus à bola, a evitar a queda e a tentar um remate quase sem ângulo cortado por Borja.
Borja que voltaria a salvar o Braga pouco depois, com mais um corte providencial. Centro-remate de Neres, esta noite titular, para junto da pequena área, onde Rafa aparecia para encostar. Porém com um corte fantástico, o colombiano evitou o primeiro golo do jogo.
Braga equilibra, mas Benfica volta a crescer…com pedidos de penálti pelo meio
Só dava Benfica e, pouco depois foi Matheus a brilhar para defender um disparo de Neres. Depois, pediu-se penálti na Luz, por mão na bola na grande área do Braga, mas Luís Godinho considerou que o toque de foi fortuito e mandou seguir.
O ritmo do Benfica era intenso e sufocava o Braga, mas a partir da meia hora os anfitriões desaceleram um pouco e os visitantes conseguiram, enfim, começar a chegar algumas vezes com bola junto da grande área de Vlachodimos. Bruma, numa arrancada pela esquerda, causou algum pânico na defesa encarnada, mas Otamendi acabou por cortar. Depois, Ricardo Horta caiu na grande área adversária, mas viu o cartão amarelo por simulação.
E, nos minutos finais do primeiro tempo, o Benfica voltou à carga e a ameaçar o golo. João Mário, em boa posição, cabeceou ao lado, e Gonçalo Ramos teve uma boa oportunidade mesmo em cima do intervalo, mas não acertou bem na bola e Rafa, na insistência, desviou à figura de Matheus, com as águias a voltarem a pedir – sem sucesso – penálti no lance.
Segunda parte mais aberta
A primeira parte acabou, então, sem golos e a segunda arrancou sem alterações nos dois conjuntos e na mesma toada, ou seja, com domínio do Benfica, que voltou a entrar com mais ‘gás’. Só que as águias não criavam perigo e esse gás foi-se perdendo.
O jogo começou a parecer mais partido, com os dois conjuntos a encontrarem mais espaços para transições rápidas. Numa delas, Bruma – sempre a dar dores de cabeça à defesa do Benfica – partiu da esquerda, fletiu para o meio e tentou um remate em jeito que saiu muito desenquadrado.
Na resposta, atirou ligeiramente ao lado e deu o mote para mais um período de intenso domínio do Benfica, que incrivelmente não marcou à passagem da hora de jogo. Grande arrancada de pela esquerda, cruzamento rasteiro e recuado para Gonçalo Ramos que, em posição frontal, com tudo para marcar, errou o alvo, com a bola a roçar ainda na base do poste.
Enfim, o golo…e a festa
Percebia-se que o golo podia surgir a qualquer momento. E surgiu mesmo. Aos 67 minutos, grande passe de Neres a isolar Rafa, que arrancou praticamente desde a linha de meio campo e, na cara de Matheus, não perdoou, levando o Estádio da Luz à loucura.
Com os adeptos em euforia, Rafa ficou, depois, muito perto do 2-0 mas desta feita, uma vez mais isolado, tentou um chapéu a Matheus que saiu ligeiramente por cima.
O Braga respirou e partiu então em busca do prejuízo. E por três vezes ameaçaram o empate que, contudo, acabou por não aparecer. Banza chegou ligeiramente atrasado a um cruzamento de Sequeira, ao segundo poste, e o mesmo Banza, em posição frontal e com Vlachodimos já fora do lance, cabeceou em esforço por cima da trave após cruzamento de Bruma. Já nos oito minutos de desconto concedidos pelo árbitro, Vlachodimos saiu mal a um cruzamento largo de Pizzi, chocou com Otamendi e a bola sobrou para Banza, mas António Silva evitou o pior.
Antes do apito final, que para os adeptos da casa parecia nunca mais chegar, houve tempo para um enorme desentedimento entre jogadores e bancos das duas equipas, mas tudo serenou e o Benfica segurou mesmo os três importantes pontos, que o deixam bem mais perto do título, para gáudio dos seus adeptos.























