Fez-se história na Cidade da Praia! A seleção de futebol de Cabo Verde está pela primeira vez numa fase final de um Campeonato do Mundo.
Os Tubarões Azuis venceram Essuatini por 3-0 e estão no Mundial 2026. É o segundo país mais pequeno do mundo em população a estar num Mundial, depois da Islândia, em 2018.
Cabo Verde junta-se a Jordânia e ao Uzbequistão entre os países que estão pela primeira vez num Campeonato do Mundo de futebol.
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A questão do apuramento inédito podia ter sido resolvido na última quarta-feira, em Trípoli, mas o empate 3-3 com a Líbia adiou tudo para a cidade da Praia. Nesse jogo da semana passada, Cabo Verde teve três claras oportunidades para marcar depois do 3-3, incluindo um golo mal anulado por fora de jogo inexistente, nos descontos.
Controlar os nervos e a ansiedade seria a chave para vencer Essuatíni, última do Grupo D e ainda sem vitórias. Sem nada a perder, o pequeno país da África Austral tentou fazer o seu jogo, queimando tempo sempre que podia, inclusive entrando em provocações que pudessem desconcentrar os Tubarões Azuis.
Só à passagem do minuto 20 se viu o primeiro lance de perigo de Cabo Verde. Um passe da zona central encontrou Dailon Livramento para um remate de primeira, para fora. Nas bancadas do lotado Estádio Nacional de Cabo Verde houve quem gritasse golo. Aos 26 minutos, Jamiro Monteiro foi atingido na área contrária, mas o árbitro mandou seguir, perante os pedidos de penálti os cabo-verdianos. Sem VAR, nada a fazer.
Jamiro Monteiro, um dos mais esclarecidos, voltou a ameaçar o golo aos 39 minutos, num remate fraco na área, para as mãos de Shabalala. O Estádio quase que vinha abaixo.
Novo momento algo do jogo, aos 45+3: bomba de Yannick, para grande defesa do guarda-redes de Essuatíni.
Marcar cedo após o intervalo era crucial para o sonho dos cabo-verdianos. E foi aí que apareceu novamente Dailon Livramento: aos 48 minutos, na sequência de um canto curto, um defensor cortou mal a bola que chegou até o avançado do Casa Pia empurrar para o fundo das redes. Festa impressionante no Estádio Nacional de Cabo Verde, nos arredores da Cidade da Praia.
Se um era bom, dois seria melhor. Ainda havia gente a festejar o 1-0 e já Cabo Verde fazia o 2-0, em novo falhanço da defesa de Essuatíni. Cruzamento para o segundo poste, bola metida na pequena área onde apareceu Willy Semedo a empurrar para o 2-0, aos 54 minutos. O Mundial estava a pouco mais de 30 minutos de distância.
A vantagem no marcador foi aproveitada pelo selecionador de Cabo Verde, Pedro Brito ‘Bubista’ para lançar Telmo Arcanjo, que joga no Vitória de Guimarães, e ainda Laros Duarte, nos postos de Willy Semedo, autor do primeiro golo, e Yannick Semedo. Pouco tempo depois, Deroy Duarte e Garry Rodrigues renderam Ryan Mendes e Jamiro Monteiro.
Nos minutos finais, a seleção de Cabo Verde preocupou-se apenas em ter a bola longe da sua baliza. Ainda assim, Laros Duarte teve nos pés uma grande oportunidade para fazer o 3-0, mas atirou ao lado.
Já os descontos, uma prenda merecida: Stopira, que voltou a ser chamado à seleção, aos 37 anos, entrou na parte final para fazer o 3-0 final. Um prémio para o lateral esquerdo que joga no Torreense.
Cabo Verde terminou na liderança do grupo com 23 pontos, fruto de sete vitórias (2-0 e 2-0 a Essuatíni, 1-0 a Líbia, 1-0 e 2-0 a Maurícias, 1-0 a Angola, 1-0 a Camarões), dois empates (0-0 com Angola e 3-3 com Líbia) e uma derrota (1-4 com Camarões).
No outro jogo, Camarões empatou 0-0 na receção a Angola, mas garante o play-off africano para tentar o apuramento.
Equipas
– Onze de Cabo Verde: Vozinha; Diney, Roberto Lopes, Kevin Pina, João Paulo Fernandes, Dailon Livramento, Jamiro Monteiro, Yannick, Willy Semedo, Ryan Mendes e Steven Moreira.
– Suplentes de Cabo Vede: Márcia da Rosa, Bruno Varela, Stopira, Alison Tavares, Wagner Pina, Garry Rodrigues, Sidny Lopes Cabral, Deroy Duarte, Laros Duarte, Telmo Arcanjo, Hélio Varela e Nuno da Costa
– Onze de Essuatini: Shabalala, Dlamini, Shongwe, Mkhontfo, Silenge, Ndzabandzaba, Magagula, Sibandze, Tsabedze, Manana e Masangane.
– Suplentes de Essuatini: Mabilisa, Philane Thabo Mkhontfo, Tfomo, Matsenjwa, Gama, Magagula e Kibonge.