A justiça belga emitiu, esta terça-feira, uma decisão favorável a ciclista transgénero, que tinha processado a União Ciclista Internacional (UCI) devido a descriminação, após o organismo se recusar a emitir a licença para participar em competições femininas.
Em 2023, a ciclista tinha sido notificada de que a sua licença tinha sido revogada, perdendo assim a possibilidade de competições destinadas a mulheres tendo como base os novos regulamentos da UCI.
Aquando da decisão em primeira instância o organismo questionou a alegada vantagem das mulheres transgênero pelo terem atingido a puberdade enquanto homens adolescentes.
Em julho de 2023, a UCI fez uma exigência, permitindo apenas que as atletas transgénero possam competir na categoria feminina se “iniciaram a sua transição antes da puberdade ou, em qualquer caso, antes dos 12 anos”, apresentando ainda uma taxa muito baixa de testosterona.
A ciclista, que nasceu em 1974, fez a sua transição de género com pouco mais de 40 anos. Considerou na altura que a medida que levou à sua exclusão era discriminatória. No dia 10 de julho, um tribunal decidiu a seu favor.
O instituto para a igualdade entre homens e mulheres, e que financiou o caso, não escondeu o contentamento pela decisão favorável. A ciclista de 50 anos irá agora participar em competições internacionais na categoria elite ou masters.