O Benfica voltou a escorregar na Luz com o quarto empate na I Liga, desta vez frente ao Casa Pia por 2-2 na 11.ª jornada do campeonato. O segundo mandato de Rui Costa começou da pior forma com uma exibição cinzenta e um balde de água fria no período de descontos. Esta é a terceira vez que o Benfica se deixa empatar na compensação, tal como aconteceu diante do Santa Clara e Rio Ave.
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Depois de uma primeira parte dominadora e com algumas oportunidades de perigo, os encarnados chegaram à vantagem com um golo de Sudakov. Ainda assim, a falta de inspiração no último terço continuou a ser uma constante com novas perdas de Lukebakio e alguma dificuldade em ter qualidade no último momento da jogada. Na segunda parte, o Benfica entrou bem e com intensidade, de tal forma que chegou ao 2-0 com uma grande penalidade convertida por Pavlidis. Contudo, o auto-golo de Tomás Araújo deu início à debandada na Luz, que culminou num empate tardio pelos pés do miúdo de 18 anos Renato Nhaga.
Com este resultado, o Benfica apenas somou um ponto e conta com 15 no total, a três do Sporting e a seis do líder FC Porto. O Casa Pia ascendeu à 15.ª posição com nove pontos.
As melhores fotos do Benfica-Casa Pia
Qualidade na construção, mas nem tanto no último terço
O Casa Pia estava formatado para defender durante todo o jogo e foi isso que fez, esperando por algum deslize encarnado para sair em contra-ataque rápido. O bloco baixo foi uma constante e com um autêntico autocarro na área, o que dificultou a tarefa das águias, que continuaram a ter muitas dificuldades no último terço.
O Benfica conseguiu manter boas dinâmicas coletivas, nomeadamente com variações de flanco, até ao golo. Aos 17 minutos, uma excelente jogada com Dedic a cruzar para Pavlidis, que deixou para o remate certeiro de Sudakov. Depois do 1-0, faltou algum critério e inspiração para tentar melhores oportunidades para alargar a vantagem. Nota para mais um falhanço de Lukebakio na cara do golo aos 40′.
Na 2.ª parte, as águias entraram novamente fortes e com vontade de tomar conta da bola, tendo criado algumas oportunidades de golo. A persistência encarnada resultou numa grande penalidade aos 60′, convertida com classe por Pavlidis que não tem vacilado na marca dos 11 metros. O 2-0 deu uma falsa sensação de segurança, uma vez que viria o primeiro balde de água fria. Seis minutos depois, António Silva cometeu penálti por mão na bola, apesar de muitas críticas do banco do Benfica. Cassiano rematou para a boa defesa de Trubin, mas o impensável aconteceu com um mau alívio de Tomás Araújo que colocou a bola dentro da baliza.
O 2-1 frustrou o Benfica e deu força ao Casa Pia, que se permitiu avançar mais no terreno e explorar as fragilidades encarnadas. As águias não foram capazes de ter inspiração no último terço, ainda que tenham feito o 3-1 que foi invalidado por fora de jogo de Barreiro. Os gansos persistiram e o esforço compensou aos 90+1′. Renato Nhaga, aos 18 anos, estava no sítio certo à hora certa e rematou para o empate, depois de uma perda de bola no meio-campo de Ríos e uma desatenção de Araújo e Trubin.
Figura do jogo: Pavlidis
O avançado grego continua a aparecer nos momentos cruciais e este jogo foi mais um exemplo disso mesmo. Para além de ter convertido com sucesso, tal como já é hábito, a grande penalidade, Pavlidis foi importante no 1-0. Depois de ter recepcionado a bola no peito com classe, o grego deixou de cabeça para Sudakov que rematou para o primeiro golo do jogo.
Momento do jogo: auto-golo surreal de Araújo
Ao contrário do que tinha feito na 1.ª parte, o segundo tempo de Tomás Araújo contou com duas falhas flagrantes. Uma delas aconteceu aos 66 minutos e comprometeu o resultado do Benfica, principalmente depois de ter surgido o 2-0 seis minutos antes. O Casa Pia beneficiou de uma grande penalidade, Cassiano viu o remate ser defendido por Trubin, mas Tomás Araújo não parou e aliviou para dentro da própria baliza. O lance falhado do defesa deixou o Benfica pouco tranquilo novamente com a margem mínima e deu força aos gansos, que continuaram na esperança de virar o resultado.
Outros destaques
Tomás Araújo – o defesa voltou a merecer a titularidade, desta vez em dupla com António Silva (Otamendi cumpriu suspensão). Mais uma vez, o jogador acrescentou qualidade, técnica e critério na saída de bola com bons passes, nomeadamente na longa distância, durante o 1.º tempo. Contudo, o 2.º tempo teve outra história, uma vez que Tomás Araújo ficou mal visto nos dois golos do Casa Pia. Primeiro com o auto-golo e depois com uma desatenção com Trubin no tento do empate.
Dedic – De regresso às opções iniciais de José Mourinho, o lateral fez a diferença no corredor direito, tendo sido o mais inconformado das águias na 1.ª parte. Foi um dos destaques da partida como um dos protagonistas de mais momentos de desiquilíbrio ofensivo.
Patrick Sequeira – o guarda-redes costa-riquenho esteve seguro entre os postes e apenas não conseguiu travar o remate de Sudakov e o penálti de Pavlidis. O guardião realizou boas intervenções, com destaque para os lances frente a frente com Lukebakio e para os remates de longa distância.
Renato Nhaga – o jovem de 18 anos entrou em campo aos 75 minutos e foi a tempo de gelar o Estádio da Luz com a frieza certa no período de descontos. O médio estava no momento certo à hora certa e estreou-se a marcar na I Liga.
Reações
António Silva critica arbitragem após empate: “Ficou claro o que se passa no nosso futebol”
Veja o resumo do Benfica-Casa Pia























