O Benfica versão Ferrari que José Mourinho viu nas três vitórias seguidas antes do dérbi eterno, da 13.ª jornada da I Liga, só deu um ar da sua graça perto da meia hora na Luz, já depois de o Sporting ter ganho vantagem e criado um punhado de oportunidades que podia ter resolvido o jogo antes dos primeiros 30 minutos, na Luz, na sexta-feira.
De facto, foi um Leão sem fome o que se viu nos primeiros 26 minutos na Luz. Isto porque, apesar de ter dominado a sua presa, de ter tudo sob controle, não desferiu os golpes fatais necessários para ali resolver a questão.
Ao golo de Pedro Gonçalves logo aos 12 minutos, pouco depois da primeira oportunidade negada por Trubin aos três – grande trabalho de Luis Suárez – o Sporting criou dois lances muito perigosos por Maxi Araújo e outro por Suárez que só não teve outro fim graças a um grande corte de António Silva.
FOTOS: O Benfica-Sporting em imagens
Depois, surpreendentemente, desapareceu e esteve 70 minutos sem qualquer remate.
Depois o tal Ferrari que Mourinho falava deve ter trocado de combustível, de diesel para gasolina, porque acordou, foi à procura do empate, conseguido por Sudakov aos 27 minutos e tentou sair vitorioso do dérbi.
Mas no segundo tempo as duas equipas parecem ter assinado um pacto de não agressão porque, tirando alguns remates de longe do Benfica, pouco ou nada se criou. E a estatística diz isso mesmo: o Sporting só fez cinco remates em todo o jogo, dois enquadrados com a baliza. O Benfica fez o dobro, em remates totais e também em direção a golo, três deles travados por Rui Silva.
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A intensidade nos duelos também ficou patente nas 35 faltas (20 do Sporting e 15 do Benfica) e muitas paragens de jogo. E os nervos também foram visíveis nas inúmeras de perdas de bola em zona perigosa, principalmente no lado do Benfica no primeiro tempo, com várias ofertas como na que acabou no 1-0, e no Sporting no segundo, incapaz de ter bola para ferir o adversário.
O dérbi foi o jogo da Primeira Liga em que o Benfica bateu os mínimos em termos de posse de bola (42%) e passes progressivos (15) e o Sporting os mínimos em remates (5) e em ações na área contrária (9), de acordo com os dados do Goalpoint.
Como o medo de perder foi maior que a vontade de ganhar, o FC Porto pode reforçar a liderança e fechar a 13.ª ronda com cinco pontos de vantagem sobre o Sporting e oito sobre o Benfica.
Momento do jogo: ‘Bombeiro’ Otamendi o resgate
No primeiro minuto de compensação do primeiro tempo, Trincão combinou com Luis Suárez, lançou o colombiano que correu, sentou António Silva e, quando se preparava para fazer golo, apareceu Otamendi, em carrinho, a cortar a bola no momento exato, com um toque subtil. Suárez acabou por chutar o corpo do central argentino e ficou magoado.
A Figura: O Pote dos momentos decisivos
Nos primeiros 26 minutos em que só deu Sporting na Luz, muito do que os Leões produziram em termos de qualidade saiu dos pés de Pedro Gonçalves. O regresso do ‘maestro’ ao onze teve direito a golo à Pote, quando aproveitou a recuperação alta de Hjulmand para bater Trubin com um ‘passe’ para a baliza: remate colocado e eficaz, embora ficasse a ideia que o guardião ucraniano pudesse fazer mais.
Outros destaques:
A pressão leonina nos primeiros 26 minutos na Luz deu resultado, muito por culpa de Mortem Hjulmand. O capitão impôs-se pelo seu físico, posicionamento, leitura perfeita de jogo e clarividência para deixar a bola nos homens da frente.
Partiu de Sudakov o grito da revolta na Luz, aos 27 minutos, quando meteu pressão em Geny Catamo para colher os frutos desejados: bola dentro da baliza, primeira explosão de alegria da Luz. Descaído para a meia direita num Benfica sem extremos, deu início a recuperação anímica dos Encarnados.
Reações
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