Esperava, certamente, um início de defesa da Taça mais tranquila, o Sporting, na visita da noite de sábado ao Estádio Capital do Móvel, frente ao antepenúltimo classificado da II Liga. Mas a verdade é que o jogo foi tudo menos tranquilo para a equipa de Rui Borges. E esta bem precisava dessa tranquilidade, antes de receber, quarta-feira, para a Liga dos Campeões, em Alvalade, um Marselha que lidera isolado da Ligue 1 à frente do todo poderoso Paris Saint-Germain.
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Rui Borges tinha alertado para eventuais facilitismos e para a qualidade do Paços de Ferreira. O técnico, porém, poupou alguns jogadores – Trincão e Luis Suárez, por exemplo, começaram no banco, Gonçalo Inácio e Maxi Araújo ficaram de fora – e o Sporting entrou com muito pouca intensidade, com os jogadores a não meterem o pé em muitas bolas divididas, e a poupança acabou por resultar em horas extraordinárias, com o encontro a ficar decidido apenas no prolongamento.
O Paços aproveitou-se de um Sporting amorfo para ameaçar nos minutos iniciais e ganhar mesmo vantagem, por intermédio de Ronaldo Lumungo, numa altura em que os leões até pareciam, enfim, começar aa querer pegar no jogo. O golo da igualdade não tardou, num excelente remate de Pedro Gonçalves, mas o intervalo chegou com 1-1 e a abrir a segunda parte o Paços voltou a marcar, aproveitando uma vez mais a passividade verde e branca.
Nova resposta pronta, com Ioannidis a marcar de cabeça na sequência de um canto, ditou o 2-2, mas a partir daí o Paços fechou-se com todos os homens na sua área e, apesar de algumas ocasiões de golo, o Sporting não conseguiu desfazer o empate nos 90 minutos, sendo – merecidamente – castigado com 30 minutos de prolongamento. Aí cumpriu e, graças a um autogolo, chegou ao triunfo, seguindo para a 4.ª eliminatória da Taça, mas certamente preferiria ter tido um jogo mais calmo e passado menos tempo em campo em vésperas do regresso à ação na Champions.
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A Figura
Ronaldo Lumungo: Um golo, uma assistência, e muitas dores de cabeça à defesa do Sporting
Com a sua velocidade, o extremo de internacional guineense, de 24 anos, foi uma grande dor de cabeça para a defesa do Sporting, sobretudo para Ricardo Mangas. Marcou o primeiro golo ao surgir na cara de João Virgínia e não perdoar e fez, depois, a assistência para o outro golo do Paços, que recolocou a equipa na liderança do marcador, ao trabalhar bem na direita antes de servir João Victor para um belo remate para o fundo das redes.
Outros destaques
Pedro Gonçalves, o inconformado
Foi um dos habituais titulares que não teve direito a descansar de início (depois de ter ‘descansado’ no banco da Seleção) e acabou por jogar os 120 minutos, mas foi talvez o mais inconformado do lado dos leões. Marcou um grande golo (fazendo na altura o 1-1) e no seu rosto foi perceptível em vários lances a frustração de não estar a ver a equipa a exibir-se ao nível exigido. A ele, pelo menos, não o podem acusar de não se ter esforçado: para além do golo fez ainda mais vários remates perigosos e por vezes até surgiu a fazer cortes importantes, em recuperação, na defesa.
Quenda tentou desequilibrar
Geovany Quenda foi outro dos que esteve os 120 minutos em campo e, apesar de nem sempre ter mostrado a clarividência que se exigia, tentou criar desequilíbrios quer à direita, quer ao meio, quer à esquerda, tendo mesmo terminado a partida como lateral esquerdo. Foi dele a assistência para o segundo golo, na marcação de um canto.
Mangas em dificuldades
O esquerdino não jogava desde 22 de setembro e o regresso à equipa – e à titularidade – não foi feliz, mostrando dificuldades para travar Ronaldo Lumungo na defesa e pouca eficiência quando subiu ao ataque.
25 a 0 em cantos
Apesar da exibição pouco conseguida, e perante um Paços de Ferreira que se fechou muito e bem na sua grande área, sobretudo na segunda parte, o Sporting conquistou uns incríveis 25 pontapés de canto. Um até resultou num golo (o 2-2, por Ioannidis), mas a maior parte dos restantes foram resolvidos sem grandes problemas pela setor mais recuado dos castores.