Portugal não foi além de um empate a dois golos com a Hungria, em jogo da fase de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2026.
Depois de um arranque em falso, a equipa portuguesa, empurrada pelos milhares de adeptos que encheram Alvalade, conseguiu reagir e dar a volta ao marcador ainda durante a primeira parte.
Mas no segundo tempo, a equipa das quinas baixou o ritmo e não teve o instinto matador para chegar ao terceiro golo, pondo-se assim a jeito para minutos finais de sofrimento.
Meu dito, meu feito e no primeiro minuto de compensação, os húngaros chegaram ao empate, desferindo um murro no estômago de tal maneira forte, que mandou ao chão o passaporte para o Mundial.
FOTOS: O Portugal-Hungria em imagens
Para este encontro, Roberto Martínez fez duas mudanças no onze inicial, promovendo as titularidades de Nélson Semedo e Renato Veiga para os lugares de Gonçalo Inácio e Dalot.
E quem esperava um jogo idêntico ao da Irlanda não precisou de muito tempo para perceber o quão errado estava; a Hungria entrou pressionante e procurava condicionar a saída de jogo da seleção desde a sua grande área.
A esta postura, os magiares juntaram um golo madrugador através de uma das suas principais armas: a bola parada. Szoboszlai cruzou e encontro Szalai nas alturas para o 0-1 aos 9 minutos.
Em modo reativo, Portugal tentou empurrar os húngaros para o seu último terço, mas estes não trouxeram o autocarro, e procuravam a baliza de Diogo Costa sempre que possível.
Por sua vez, a equipa das quinas procurava mormente jogar através dos corredores, acabando por ver essa estratégia recompensada aos 22 minutos, quando Nélson Semedo cruzou rasteiro para Ronaldo fazer o 1-1.
Portugal continuou com mais bola e iniciativa, mas a Hungria nunca descurava as transições ofensivas para assustar e ameaçar a baliza lusa, criando alguns lances de perigo.
Nesse capítulo, a seleção portuguesa mostrou-se mais eficaz e conseguiu dar a cambalhota no marcador mesmo em cima do intervalo. Nuno Mendes combina com Pedro Neto e cruza para a área onde surge novamente Ronaldo a finalizar da melhor maneira.
Para a segunda parte, Portugal inexplicavelmente baixou o ritmo da partida, isto apesar de continuar a ter mais bola. Apesar da menor intensidade, os jogadores lusos tinham agora mais espaço no ataque; no espaço de três minutos, Portugal teve três oportunidades claras para marcar.
Ruben Dias e Bruno Fernandes acertaram, de forma quase consecutiva, no poste, enquanto que o recém-entrado João Félix permitiu uma grande defesa a Ballázs Tóth após cabeceamento.
E eis que surge a lei imutável do futebol: quem não marca, sofre. Portugal não matou a partida quando teve a oportunidade, permitindo à Hungria continuar a acreditar e a atacar.
De uma bola perdida no ataque luso surgiu o ‘inverno do nosso descontentamento’ com um verdadeiro balde de água gelada vertido cabeça abaixo pelo golo de Szoboszlai.
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Momento do jogo: Balde de água gelada
Entrava-se no período de compensação com Portugal em vantagem e com o apuramento na mão, já que a Irlanda ia vencendo a Arménia em Dublin.
No primeiro de três minutos de compensação, uma perda de bola em zona adiantada permitiu a transição ofensiva da Hungria.
Lukács entra na área pela direita e, com um cruzamento rasteiro, encontra Szoboszlai no segundo poste para o golo do empate, precisamente no mesmo minuto onde dias antes Ruben Neves deu a vitória a Portugal contra a Irlanda.
A figura: Capitão da eficácia, recordista de recordes
Cristiano Ronaldo voltou a ser a figura de destaque da partida. O capitão da seleção nacional mostrou-se letal à frente da baliza com dois golos que deram a volta ao marcador e colocaram Portugal em posição de vantagem.
Contudo, nem só de golos viveu a noite de CR7. Sempre muito associativo, Ronaldo procurou quase sempre jogar simples e procurar o colega desmarcado, procurando também movimentações que libertassem espaços para os companheiros.
Para além disso, o avançado português não tendo também qualquer pejo na hora de rematar à baliza húngara, tendo sido dos primeiros a esboçar uma reação ao golo sofrido.
Finalmente, e para não variar, Cristiano Ronaldo voltou a baer mais um recorde; desta feita, o português tornou-se o jogador com mais golos em fases de apuramento para Campeonatos do Mundo com 41 golos marcados.
Outros destaques
Nuno Mendes
Como é seu estilo, o lateral esquerdo esteve sempre ligado à corrente, procurando incutir velocidade e energia no corredor esquerdo.
Foi com essas mesmas características que o jogador do PSG construiu a jogada do 2-1 com Pedro Neto, servindo posteriormente Cristiano Ronaldo para o golo.
Num encontro onde faltou rasgo à equipa das quinas, Nuno Mendes foi o principal acelerador do jogo luso, procurando por vezes desequilibrar em transições pelo corredor central; a equipa ressentiu-se quando foi substituído.
Atilla Szalai
O central húngaro foi dominador no jogo aéreo, beneficiando da vantagem física sobre a equipa portuguesa. Foi da sua cabeça que surgiu o primeiro golo do jogo, após canto de Szoboszlai, e foi dele também uma grande oportunidade para empatar a partida na segunda parte.
Para além do desempenho ofensivo, Szalai mostrou-se irrepreensível na defesa da sua baliza, ganhando todos os duelos aéreos dentro da sua grande área.