Portugal entrou em campo com a obrigação de vencer para garantir o apuramento direto ao Mundial 2026 — e transformou essa obrigação num espectáculo de autoridade. A goleada por 9-1 à Arménia revelou uma seleção confortável com a bola, agressiva na recuperação e implacável no último terço. O resultado expressivo foi apenas o reflexo de um domínio que se instalou cedo e nunca mais desapareceu.
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A equipa de Roberto Martínez manteve uma estrutura sólida, com circulação rápida e linhas de passe sempre disponíveis. A Arménia tentou resistir, mas o ritmo imposto por Portugal — especialmente através da dinâmica entre médios e extremos — deixou o adversário encostado ao seu meio-campo durante praticamente todo o encontro. Mesmo quando sofreu o empate, a Seleção não perdeu foco: respondeu com maturidade, velocidade na construção e clareza nas decisões.
A segunda parte reforçou o que se tinha visto na primeira: Portugal não levantou o pé. Os jogadores mantiveram a pressão alta, procuraram constantemente o golo e mostraram personalidade mesmo num cenário confortável. As entradas vindas do banco deram continuidade ao plano de jogo, garantindo que a intensidade não caía e que o domínio territorial se mantinha sem oscilações.
No final, o Dragão assistiu a uma Seleção tão criativa quanto pragmática, tão intensa quanto organizada — e, sobretudo, preparada para um desafio maior. O apuramento está garantido, mas a exibição deixou sinais claros de que Portugal quer mais. E está pronto para mais.
Figura: João Neves: uma noite que muda estatuto
Sem golos pela Seleção até aqui, João Neves fez não um, mas três. Um hat-trick que espelha tudo aquilo que acrescenta: critério, coragem, clarividência e a capacidade rara de ser decisivo sem perder simplicidade.
O segundo golo — aquele livre direto que ainda beijou a trave antes de entrar — foi pura arte. Um lance que ficará como um dos grandes momentos da caminhada rumo ao Mundial. Fechou a conta com o oitavo golo português e assinou uma exibição digna de quem está a dar um salto de dimensão na equipa nacional.
Momento: o livre direto que congelou o Dragão
Ao ver a bola embater no ferro e entrar, o Dragão percebeu que estava a assistir a algo maior do que um simples golo. O 4-1 de João Neves foi o instante em que a exibição ganhou estatuto de goleada histórica e em que o médio ganhou outro peso dentro desta Seleção.
Outros destaques
Bruno Fernandes — hat-trick, liderança e recordes
O regresso do médio foi determinante: trouxe inteligência, último passe, presença na área e assinou o seu primeiro hat-trick pela Seleção A. Com três golos, ultrapassou Rui Costa e Hélder Postiga e tornou-se o 6.º maior goleador português de sempre. Uma exibição completa.
Gonçalo Ramos — aproveitou a oportunidade
Sem Cristiano Ronaldo, coube-lhe ocupar o centro do ataque — e não desiludiu. Movimentou-se bem, criou espaços, pressionou alto e marcou um golo decisivo após um erro adversário. Já soma 10 golos em 22 jogos pela Seleção, números de avançado grande.
Carlos Forbs — estreia promissora
Com a camisola 7 às costas, estreou-se com personalidade. Entrou determinado, atacou o espaço com agressividade e sofreu a falta que originou um dos penáltis. Uma primeira internacionalização cheia de sinais positivos.























