Não há como não começar por aqui, até porque vai dar muito que falar e será tema de conversa durante muito tempo (como já o está a ser): o Sporting somou um triunfo muito suado no terreno do Santa Clara, com o golo do triunfo a surgir já para lá do minuto 90, com os leões já reduzidos a dez jogadores, na sequência de um pontapé de canto mal assinalado.
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Decorria o minuto 90+3′ e Sporting tinha acabado de se ver reduzido a dez elementos por expulsão de Maxi Araújo, com o resultado em 1-1. Quenda tentou um cruzamento na direita, a bola, dado o péssimo estado do relvado ressaltou, o jogador leonino acertou mal na bola e esta saiu pela linha de fundo. Iludido, o árbitro assistente terá pensado que a bola tomou aquela direção por bater no jogador do Santa Clara e assinalou canto. O árbitro da partida não o contradisse, apesar dos protestos dos jogadores da casa.
Quenda bateu o canto, Hjulmand desviou ao primeiro poste com um excelente golpe de cabeça e colocou a bola no fundo das redes. Explosão de euforia do lado verde e branco, explosão de protestos por parte do Santa Clara, por se sentir injustiçado ao sofrer um golo no seguimento daquele pontapé de canto. O futebol tem destas coisas…um lance que, noutras circunstâncias, seria só um mero pontapé de canto mal assinalado fará, assim, correr muita tinta por custar dois pontos ao Santa Clara e valer ao Sporting uma vitória que poderá acabar por ser decisiva, mais tarde, nas contas do campeonato.
Antes, houve 90 minutos de futebol, nem sempre muito bem jogado (também por culpa do estado do relvado). O Sporting entrou a dormir e o Santa Clara aproveitou, os leões acordaram, responderam, criaram várias oportunidades e empataram, ainda na primeira parte, por Pedro Gonçalves e no segundo tempo tiveram dificuldades em criar perigo. Pedro Gonçalves saiu lesionado pelo meio e os bicampeões nacionais viram-se reduzidos a dez perto do fim, com Maxi Araújo expulso. Depois, veio então o ‘tal’ pontapé de canto…
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A figura
Morten Hjulmand: Oh captain, my captain
Um capitão é sempre o último a render-se. E assim foi. O dinamarquês foi, ao logo do jogo, fazendo uma exibição ao seu estilo, tentando serenar a equipa descomplicando os lances com passes simples, no meio de muitas desconcentrações, precipitações e falta de clarividência. E, quando o empate parecia uma inevitabilidade (e até um mal menor, com a expulsão de Maxi Araújo perto do fim), foi ele a garantir a vitória com um cabeceamento brilhante.
Outros destaques
Pedro Gonçalves marcou…mas lesionou-se e alarmes podem soar
Se Hjulamnd resolveu no fim, foi Pedro Gonçalves a dar início à reviravolta. Foi Pote que começou a levar a equipa para a frente, ameaçando o golo aos 21 minutos e fazendo mesmo o empate os 33…de cabeça. Foi o seu nono golo da temporada (oitavo na I Liga). As más notícias vieram antes da hora de jogo, quando teve de sair lesionado. Coincidência (ou não), mal saiu o Soprting pareceu ter mais dificuldades para desenhar lances de perigo. Sintomático do que aí poderá vir, se a lesão o afastar dos relvados durante algum tempo.
Suárez bem tentou…mas falhou. E Ioannidis também
O Sporting criou ocasiões de golo suficientes – quer na primeira parte, quer, a espaços, na segunda – para ganhar o jogo de forma sofrida. Mas os seus pontas de lança não marcaram. O titular foi, desta feita, Luis Suárez, mas o colombiano ficou em branco (só marcou um golo nos últimos seis jogos em que alinhou), tal como Fotis Ioannidis, que saltou do banco ao intervalo para jogar ao lado de Suárez e desperdiçou também duas ocasiões soberanas para marcar.
Diomande displicente…mas não foi o único
Podiam ter custado caro ao Sporting alguns momentos de alguma displicência ou falta de concentração. Diomande, sobretudo, mas não só. O costa-marfinense falhou no lance do golo do Santa Clara, e teve uma escorregadela que poderia ter tido outras consequências, mas numa noite de muita desinspiração coletiva houve mais falhas de outros jogadores, daquelas que fazem os adeptos levar as mãos à cabeça, como o lance que originou a expulsão de Maxi Araújo, quando a equipa tentava a vitória mais com o coração do que com a cabeça.
Mais uma polémica para juntar a muitas outras…
Parece inevitável. E certamente ninguém o queria. Mas, para quem conhece o futebol português, será inevitável: vamos ouvir falar, e muito, durante bastante tempo, de arbitragem. Neste caso, de um pontapé de canto…que seria só um mero pontapé de canto mal assinalado, como tantos outros (mal assinalados ou por assinalar) que já terão sucedido ou irão suceder ao longo da temporada (ou até neste jogo). Mas este resultou num golo decisivo.
As reações
– Vasco Matos lamenta derrota “ingrata” e critica lance polémico no Santa Clara-Sporting
– Rui Borges e o canto mal assinalado: “Se formos por aí há inúmeras situações que podíamos discutir”
O resumo























