O Famalicão vai testar as capacidades do FC Porto este domingo, a partir das 18h00, em jogo da 11.ª jornada da I Liga. Os azuis e brancos, líderes da prova com 25 pontos, entram em campo para dar uma resposta após o empate da última quinta-feira, na Liga Europa.
Farioli deverá usar a equipa habitualmente titular, com Alberto Costa, Francisco Moura, Kiwior, Alan Varela, Froholdt, Borja Sainz e Samu a voltarem ao onze.
O empate diante do Utrecht confirmou as dúvidas sobre a profundidade do plante do FC Porto, já que as segundas linhas tardam em corresponder. E quando alguns jogadores habitualmente titulares estão em baixo de forma, a equipa ressente-se.
Na ronda anterior da I Liga, o SC Braga expos como poucos as fragilidades do jogo de Farioli, com marcação homem a homem em momento defensivo e com muita mobilidade e circulação em momento ofensivo. A vitória dos azuis e brancos não chegou para mascarar a incapacidade da equipa em ter bola, mesmo perante os seus adeptos.
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As debilidades técnicas de alguns jogadores assim como a falta de paciência em posse, levaram o FC Porto a ter apenas 31 por cento de posse de bola diante dos minhotos.
Muito se discute se o modelo de Farioli estará gasto, ou se os treinadores adversários já descobriram como parar o jogo dos azuis e brancos. Alan Varela, ponto essencial na ligação defesa-ataque, tem debilidades técnicas evidentes (passe, receção) que, quando pressionado, leva-o a errar e a expor a equipa. E, sabendo dessas debilidades, o médio argentino não se dá tanto ao jogo, ficando muitas vezes escondido entre a primeira zona de pressão adversária (por norma, dois avançados contra os três defesas que constroem no FC Porto) e os médios adversários.
Se a equipa adversária defende com uma linha média-baixa ou mesmo baixa, retirando profundidade para os passes nas costas da defesa para Borja Sainz e Pepê, o ataque do FC Porto fica manietado. Falta, essencialmente, mais paciência na construção, como tem pedido Farioli, mas também mais movimentos de rotura, como pequenas diagonais para fazer abanar a defensiva contrária, e mais gente envolvido no jogo associativo por dentro, assim como mais capacidade de remates de fora da área.
Vai valendo aos líderes da I Liga a sua eficácia defensiva. Este FC Porto de Farioli é uma equipa que concede muito pouco. Por exemplo, os quatro golos que sofreu na Liga Europa, dois foram de grande penalidade e outros dois na sequência de bolas paradas, com remates desviados nas pernas dos defesas. Na I Liga, são três golos sofridos: um autogolo, um remate que também foi desviado pelos defesas e uma desatenção de Alberto Costa diante do SC Braga, na sequência de bola parada.
Para o técnico Hugo Oliveira, o duelo com o FC Porto é um bom teste à capacidade da equipa, atual 5.ª colocada. O treinador tem quase todo o plantel à disposição: só não pode contar com os lesionados Oscar Aranda e Roméo Beney. O central Justin de Haas está em dúvida.
Momento de forma: das fortalezas difíceis de derrubar
O empate de quinta-feira diante do Utrecht deveu-se a falta de resposta de algumas das apostas da segunda linha, de um Pepê apagado (está assim há vários jogos) e de uma falta de pontaria gritante dos azuis e brancos.
Apesar da liderança isolada na I Liga e ainda bem dentro dos objetivos na Liga Europa (sete pontos em quatro jogos e já com três jogos fora de casa), a verdade é que o FC Porto só venceu três dos últimos seis jogos. Além do empate com os neerlandeses, há a destacar a primeira derrota da época, em casa do Nottingham Forest, graças a duas grandes penalidades, e o empate caseiro frente ao Benfica, nos únicos pontos perdidos na I Liga.
Antes do 2-1 ao Braga, a equipa azul e branca tinha vencido o Moreirense pelo mesmo resultado, em mais um jogo difícil.
O Famalicão promete ser um osso duro de roer, pelo grande momento que atravessa. Tal como o FC Porto, os minhotos têm na sua defesa uma das suas principais armas. Na ronda anterior em que bateu o Nacional, o Famalicão igualou, em apenas 10 jornadas, o número de jogos sem sofrer golos de 2019/20, que é também a sua melhor marca defensiva da história: sete jogos sem ir buscar a bola ao fundo das redes.
São apenas quatro golos sofridos, marca que supera os nove encaixados nas temporadas 2024/25 e 1978/79, à 10.ª ronda. O Famalicão está entre as equipas que sofreu apenas quatro golos nas primeiras dez rondas da I Liga, tal como Benfica e Gil Vicente. Melhor só o mesmo o FC Porto, que apenas foi batido em três ocasiões.
Nos cinco jogos caseiros na I Liga esta época, só o Sporting logrou marcar ao Famalicão, naquela que é também a única derrota da equipa. O 5.º lugar da Primeira Liga traduz-se em 19 pontos conquistados (cinco vitórias, quatro empates e uma derrota). A equipa vem de três vitórias seguidas e seis jogos sem perder em todas as provas.
Histórico: Manda o Dragão com alguns sustos em Vila Nova de Famalicão
Este duelo nortenho conhecerá, hoje, o seu 32.º capítulo, num domínio azul e branco, mas com algumas vitórias surpreendentes do Famalicão. Nos anteriores 31 jogos, contam-se 22 vitórias para o FC Porto e quatro para o Famalicão. Se tivermos em conta apenas a Primeira Liga, são 16 triunfos dos da Invicta contra apenas três dos famalicenses, e cinco empates.
Por quatro vezes o FC Porto não venceu nas 12 visitas ao terreno do Famalicão, a contar para a Primeira Liga. A primeira, em 1946/47, com vitória minhota por 2-1, com um bis de Adelino, naquela que foi também o primeiro duelo entre ambos na divisão maior do nosso futebol em casa do Famalicão. A outra derrota foi mais recentemente, em 2019/20, com golos de Fábio Martins e Pedro Gonçalves, agora no Sporting, contra um de Jesus Corona.
Na época passada registou-se um empate a uma bola, com Oscar Aranda a marcar para o Famalicão e Samu para o FC Porto. O outro empate em Famalicão, esta a zero bolas, aconteceu na época 1990/91.
Há 12 jogos que o Famalicão não ganha ao FC Porto para todas as provas: dois empates e 10 derrotas.
O que dizem os treinadores:
Hugo Oliveira (Famalicão):
Francesco Farioli (FC Porto): “O adversário está num momento muito bom. Nós, claro, estamos com um calendário apertado. Muitos jogos e isso já foi mencionado. Jogámos oitenta por cento dos últimos jogos fora de casa e estamos a tentar gerir isso. Claro que o nosso desejo é vencer todos os jogos. Até agora, estamos bem”
O Famalicão-FC Porto, da 11.ª jornada da I Liga, está marcado para às 18h00 deste domingo. O jogo será dirigido por José Bessa, árbitro da Associação de Futebol do Porto. Hugo Santos e Miguel Martins serão os assistentes, Fábio Melo o quarto árbitro. No VAR estará Vasco
O FC Porto lidera a I Liga com 25 pontos, o Famalicão é 5.º com 19.























