Duarte Gomes explicou, esta sexta-feira, porque o VAR não podia intervir no lance entre António Silva e Deniz Gul na área Encarnada, já na parte final do clássico entre FC Porto e Benfica, jogo a 8.ª jornada da I Liga.
No programa ‘Livre Arbítrio’, do Canal 11, o diretor técnico de arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol elogiou a decisão do video-árbitro em não intervir por, na sua opinião, não se tratar de uma situação “clara e óbvia”.
“Este lance, há quem diga que é penálti porque o agarrão pode ser suficiente. Os árbitros e o VAR têm orientações muito claras da nossa parte e que assumimos, dadas aos clubes e à imprensa. As instruções são para punir infrações claras e óbvias. Essas indicações são para todos. Aqui nunca pode intervir o VAR porque não é absolutamente evidente que o árbitro errou em campo. Quando não há evidência não queremos uma intervenção. Intervenção é paraquedas, só abre quando é óbvio e este não é esse lance”, começou por explicar, antes de fazer a sua análise à jogada.
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“De facto há um esticar de camisola, há um desequilíbrio, perturbação, mas no movimento de marcação. É muito comum o uso das mãos quase no limite da lei. Neste caso concreto, de linha cinzenta, se colocares 10 pessoas numa sala, cinco ou seis dirão coisas diferentes. Mesmo no universo de pessoas razoáveis, é um lance que gera dúvidas e por isso não queremos punição”. analisou.
O diretor técnico de arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol lembrou que “o futebol não quer faltas e faltinhas” e que a ordem é fazer arbitragem “à inglesa, que se deixe jogar.”
“Neste tipo de lance, para que fique claro, na dúvida é para não punir”, terminou.
Ainda na sua intervenção no Canal 11, Duarte Gomes explicou porque decidiu trazer o lance para análise, depois de muitas opiniões a respeito do mesmo, se seria falta para grande penalidade ou não.
“Tínhamos duas possibilidades: não trazer este lance e não nos pronunciarmos ou assumirmos o lance e darmos a nossa opinião. O lance é mesmo muito cinzento e há pequenos fatores que podem justificar a falta. Se o árbitro tivesse assinalado penálti neste lance também não queríamos intervenção [do VAR] porque não era claro que tinha errado. Por serem dúbios inserem-se na não punição. Vale também para empurrões, carregar,… queremos que prevaleça o jogo fluido e não a infração. Sabendo que muita vezes vamos errar, mas a consistência em campo e o momento da linha de intervenção do VAR são as maiores dificuldades da arbitragem mundial”, explicou ainda.
O FC Porto-Benfica, da 8.ª jornada, terminou 0-0 no Dragão.