Cindy Ngamba, pugilista proveniente dos Camarões, e Zakia Khudadadi, afegã, praticante de taekwondo, duas atletas refugiadas que conquistaram medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris, foram esta quarta-feira aplaudidas de pé na Assembleia da República pelo exemplo que constituíram em nome da liberdade, igualdade de oportunidades e direitos humanos.
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As duas atletas estiveram na entrega do Prémio Norte-Sul de 2024 do Conselho da Europa, atribuído ao subsecretário-geral das Nações Unidas, Miguel Ángel Moratinos, que ocupa o cargo de Alto Representante da Aliança de Civilizações das Nações Unidas, e à iniciativa que permite aos refugiados competir nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Cindy Ngamba foi a primeira medalhada de sempre para uma equipa olímpica de refugiados e contou que, antes da competição, em Paris, sentiu uma enorme pressão por representar muitos milhões de pessoas desalojadas, discriminadas e desalojadas.
“Nos Jogos Olímpicos de Paris tive o maior desafio e a maior conquista da minha vida até agora. Os refugiados enfrentam enormes barreiras todos os dias. Mas deem-nos uma oportunidade de mostrarmos o que somos capazes se tivermos as ajudas certas”, declarou a pugilista, recebendo depois uma longa salva de palmas.
Já Zakia Khudadadi, natural de Herat, no Afeganistão, que obteve a nacionalidade francesa esta terça-feira, alcançou nos jogos de Paris a primeira medalha da equipa paralímpica dos refugiados.
“O desporto é sinónimo de liberdade e de dignidade, paz e igualdade. Em Paris, quando fui medalhada, foi um momento símbolo para todas as mulheres afegãs e para todos os refugiados do mundo”, afirmou.
Quem também discursou foi a vice-presidente do Comité Olímpico Internacional, Nawal El Moutawakel, marroquina campeã olímpica dos 400 metros barreiras em 1984, primeira mulher muçulmana a conquistar uma medalha de ouro
“Fazer desporto pode fazer toda a diferença. Fazer desporto é um direito fundamental”, afirmou.
O Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa distingue anualmente duas personalidades ou organizações pelo seu compromisso com os Direitos Humanos, a democracia e o Estado de Direito e pela sua contribuição para o diálogo Norte-Sul e estímulo à solidariedade, à interdependência e às parcerias.























