A segunda vice-primeira ministra e ministra do Trabalho espanhola, Yolanda Díaz, elogiou o “compromisso” do povo espanhol “perante o genocídio de Israel contra o povo palestiniano”, depois de um protesto ter forçado à suspensão da Etapa da Volta a Espanha 2025. com chegada a Bilbau.
Díaz considerou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, um “criminoso de guerra que está a massacrar o povo palestiniano” e “a violar o direito internacional e os direitos humanos, usando a fome como arma de guerra”.
“O que vimos hoje é que o povo espanhol está ao lado do povo palestiniano, do direito internacional e dos direitos humanos. Já não os suportamos”, disse em entrevista ao programa ‘Hora 25’, do canal “Cadena Ser”, citada pela Europa Press.
Os manifestantes radicais que invadiram a linha de meta em Bilbau da etapa da Vuelta aplaudiram fortemente quando perceram que os organizadores suspenderam a chegada do pelotão de ciclistas, perante as centenas de pessoas reunidas na Gran Vía de Bilbau que, com bandeiras palestinianas e bascas, procuravam boicotar o evento desportivo.
Os incidentes no centro de Bilbau resultaram em quatro polícias feridos, três manifestantes detidos e outros cinco identificados. A suspensão da chegada devido à segurança do pelotão foi também aplaudida pela Ministra da Juventude e Infância, Sara Rego, e pelo líder do Nacionalismo Basco, Arnaldo Otegi, enquanto o Ministro da Segurança, Bingen Zupiria, lamentou os incidentes.
Esta não é a primeira vez que a Vuelta a Espanha é marcada por protestos públicos e alvo de grupos radicais, não só em 2025 como no passado. Já na presente edição, a equipa da Israel–Premier Tech foi apupada e importunada no seu percurso durante o contra-relógio por equipas.
Na passada segunda-feira, o Euskal Herria Bildu, coligação política separatista basca, incitou a população basca a aproveitar as etapas de Navarra e Biscaia para hastearem a bandeira do País Basco e “exercerem pressão junto do mundo desportivo para que Israel sinta a condenação internacional daqueles que se recusam a ser cúmplices deste regime de apartheid que perpetua há décadas”.
Bandeiras bandeiras bascas e palestinianas foram então hasteadas ao longo de todo o percurso da décima primeira etapa da Vuelta, que tinha a meta colocada no coração de Bilbau. Meta que o pelotão acabou por não cortar.
Como explicou o Ministro da Segurança, Bingen Zupiria, houve tentativas de interromper a corrida ao longo de todo o percurso. Um grupo de manifestantes interrompeu a corrida no passo de Enekuri, com o pelotão compacto, levando à neutralização da etapa.
“Boikot Israel, Palestina askatu” (Boicote Israel, liberdade para a Palestina, em basco) gritaram grupos de manifestantes ao longo de toda a tirada, exibindo faixas a falar num “genocídio” de Israel na Faixa de Gaza. A polícia basca conseguiu remover dois fardos de palha na passagem por Morga, que foram utilizados para impedir o avanço do pelotão, e na subida para Vivero — perto de Bilbau — outro grupo de manifestantes tentou deter os ciclistas com uma enorme faixa.
A suspensão da chegada da Vuelta a Bilbau trouxe de volta imagens de incidentes e ataques da ETA que a prova sofreu na década de 1970, mais concretamente nas edições de 1978 e 1979.