A derradeira jornada da qualificação africana rumo ao Mundial 2026 de futebol promete ser tenso, com a possiblidade de seleções fortes e históricas como Camarões, Nigéria, Senegal, Gana e Costa do Marfim não conseguirem o apuramento direto.
Esta sexta-feira, a Costa do Marfim goleou as Ilhas Seicheles por 7-0 e manteve a liderança do Grupo F, com 23 pontos (sete vitórias, dois empates e nenhum golo sofrido), mais um que o Gabão.
Uma goleada que podia dar já o apuramento, não fosse o dia histórico de Pierre-Emerick Aubameyang (falhará o derradeiro jogo já que foi expulso), autor de um ‘póquer’ na vitória do Gabão sobre Gâmbia por 4-3.
Ibrahim Sangaré, de penálti, Emmanuel Agbadou, Oumar Diakité, Evann Guessand, Yan Diomande e pelos recém-entrados Simon Adingra e Franck Kessié fizeram os tentos dos Elefantes que continuam a depender de si para se apurarem diretamente como vencedores do grupo: na terça-feira a Costa do Marfim recebe o Quénia, com 11 golos de vantagem sobre o Gabão (na diferença de golos), seleção que recebe o Burundi.
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A Costa do Marfim só tem de vencer ou fazer o mesmo resultado do Gabão, que já sabe que será, na pior das hipóteses, um dos melhores segundo colocados, ou seja, os Panteras já está no play-off africano.
Quem também depende de si para garantir o bilhete para as Américas é o Senegal. Os Leões de Teranga golearam o Sudão do Sul por 5-0, na 9.ª e penúltima jornada do Grupo B, com golos de Ismaila Sarr (2), Sadio Mané, Nicolas Jackson, de penálti (arranjou mais uma confusão), e Cherif Ndiaye.
O Senegal lidera com 21 pontos, mais dois que a República Democrática do Congo, que não desiste: vitória fora por 1-0 diante do Togo para se manter na luta, graças a um golo de Cédric Bakambu.
Na terça-feira, na última ronda, o Senegal só tem de vencer na receção a Mauritânia para se apurar como primeiro do Grupo B. A RD Congo tem de ganhar o Sudão e esperar por um deslize de Sadio Mané e companhia.
Se nestes dois grupos está tudo em aberto, que dizer do Grupo C? Será uma derradeira jornada muito tensa, após os resultados desta sexta-feira.
O sonho do Benim de marcar presença numa fase final de um Mundial pela primeira vez continua bem vivo, depois da vitória sobre o Ruanda por 1-0, graças um golo de Aiyegun Tosin. Os Esquilos (Les Écureuils), como são conhecidos, lideram o Grupo com 17 pontos, mais dois que a África do Sul e mais três que a Nigéria.
Os sul-africanos colocaram-se numa posição muito delicada. Depois de terem perdido na secretaria os três pontos conquistados em casa diante do Benin (utilização irregular de um jogador), empataram esta tarde a zero bolas com o vizinho Zimbabué (Yaya Sithole, do Tondela, foi titular nos Bafana Bafana), num encontro disputado no Estádio Moses Mabhida em Durbhan, África do Sul, e onde jogaram com mais um jogador desde os 63 minutos.
A Nigéria venceu o Lesoto por 2-1, em mais um jogo disputado na África do Sul (Zaidu, do FC Porto, entrou nos minutos finais). Os nigerianos, 3.ºs com 14 pontos, recebem no último jogo o Benim: precisam de vencer e esperar que a África do Sul não faça o mesmo diante do Ruanda.
O Benim tem de vencer para se apurar ou fazer o mesmo resultado que a África do Sul, desde que não perca.
No Grupo I só uma hecatombe tirará o Gana do Mundial 2026. Os Estrelas Negras lideram o Grupo I com 22 pontos, mais três que Madagáscar. Na última ronda os ganeses recebem as Ilhas Comores, 4.ª com 15 pontos. Madagáscar joga fora no terreno do Mali, 3.º com 15 pontos mas já sem hipóteses de chegar ao 2.º lugar.
As duas seleções podem terminar com 22 pontos, mas o primeiro critério é o saldo de golos e neste momento o Gana tem 16 golos positivos, contra oito de Madagáscar. Ou seja, os malgaxes têm de golear o Mali por números históricos e esperar que o Gana também seja goleado em casa pelas Ilhas Comores. Missão impossível.
No Grupo D também está tudo por decidir: Cabo Verde lidera com 20 pontos, mais dois que os Camarões. Os Tubarões Azuis só tem de vencer em casa, perante o seu público, a seleção de Essuatini, última do grupo, para marcar presença num Mundial de futebol pela primeira vez. Se não ganhar, terá de contar com a ajuda de Angola que joga no terreno dos Camarões. Os Leões Indomáveis têm mesmo de vencer aos Palancas Negras, já que qualquer outro resultado apura diretamente os cabo-verdianos, independentemente do que se passar na cidade da Praia.
Os vencedores dos nove grupos africanos apuram-se diretamente para o Mundial 2026. Os quatro melhores segundo colocados irão jogar um play-off para se encontrar o representante africano no play-off intercontinental da FIFA.
Este play-off será disputado por 6 seleções: dois representantes da América do Norte, um da África, um da Ásia, um da América do Sul e um da Oceania. Dessas seis, os dois com melhor ranking apuram-se diretamente para a final, os restantes quatro medem forças entre si para se encontrar os outros dois finalistas. Os jogos dos play-off serão disputados de 23 a 31 de março de 2026, num dos três países organizadores da prova.
De recordar que Egipto, Marrocos, Argélia e Tunísia, as seleções da África magrebina, já estão apuradas.