Aos 40, o corpo começa a enviar sinais subtis de mudança: o metabolismo abranda, a recuperação torna-se mais lenta e a massa muscular tende a diminuir. Mas se há algo que o desporto ensina é que a idade é um número — não um limite.
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Cada vez mais homens e mulheres desta faixa etária redescobrem no exercício físico uma forma de renovar energia, prevenir doenças e ganhar qualidade de vida. E não é preciso ser atleta de alta competição para colher os benefícios.
“O ideal é manter o corpo em movimento todos os dias. O exercício regular ajuda a controlar o peso, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e melhorar o humor”, explica o fisiologista do exercício Pedro Almeida, sublinhando que o impacto na saúde mental é “tão importante quanto o físico”.
Menos competição, mais consciência
Depois dos 40, o foco deixa de estar na performance e passa a estar na longevidade. Corridas longas ou treinos intensos devem dar lugar a rotinas equilibradas, que combinem cardio moderado, treino de força e flexibilidade.
Atividades como natação, bicicleta, caminhada rápida, pilates ou treino funcional ganham terreno por promoverem resistência e equilíbrio, sem sobrecarga nas articulações.
“O treino de força é essencial para preservar a massa muscular e proteger as articulações. É o verdadeiro ‘seguro de saúde’ depois dos 40”, acrescenta a personal trainer Marta Santos, que acompanha sobretudo alunos nesta faixa etária.
Saúde começa no prato (e no sono)
O exercício só é eficaz se vier acompanhado de alimentação equilibrada e descanso adequado. A partir dos 40, a absorção de nutrientes muda — e o corpo precisa de mais proteína, cálcio e vitamina D para manter o músculo e os ossos fortes.
Dormir bem é outro pilar muitas vezes esquecido. Estudos mostram que quem dorme menos de seis horas por noite tem mais dificuldade em recuperar e perde massa muscular com maior rapidez.
Motivação com propósito
A chave está na regularidade e na motivação certa. Fazer desporto apenas para “manter a forma” é pouco sustentável; fazê-lo para sentir-se bem, ter energia, evitar dores ou acompanhar os filhos (ou netos) é o que realmente cria consistência.
E há exemplos inspiradores em todo o lado: Cristiano Ronaldo, aos 40 anos, continua a desafiar o corpo e a mente; Serena Williams provou que é possível competir ao mais alto nível após a maternidade; e milhares de anónimos encontram no desporto uma forma de prolongar a juventude.
O melhor tempo é agora
O corpo dos 40 já não é o dos 20 — mas pode ser mais sábio, eficiente e equilibrado. O segredo? Mexer-se todos os dias, dormir bem, alimentar-se com consciência e ouvir os sinais do corpo.
O desporto, afinal, é o melhor investimento para envelhecer com energia — e viver com mais anos, mas sobretudo com mais vida.