Quem não viu o jogo e olha para o resultado pode pensar que se tratou de mais um passeio do Sporting na Madeira… esteve bem longe disso e os leões só nos minutos finais é que acabaram por garantir os três pontos.
Para tal, os comandados de Rui Borges tiveram de ultrapassar um Nacional que cedo se apanhou em posição de vantagem, graças a um golo de Léo Santos, após canto na esquerda batido por Liziero.
Os bicampeões nacionais, que repetiram o onze que começou com o Arouca, procuraram responder de pronto e Pedro Gonçalves esteve perto do empate com um remate que esbarrou na barra.
Como seria de esperar, mesmo até antes do golo madeirense, o Sporting empurrou o Nacional para o seu último terço; os insulares, por sua vez, iam conseguindo males maiores para a sua baliza, contando para isso com a falta de acerto dos verdes e brancos na hora de finalizar.
Muitas e boas foram as oportunidades falhadas pelos leões, que poderiam mesmo ter dado a volta ao marcador ainda antes do intervalo.
E para ajudar a esta tarefa, os forasteiros contaram com a imprudência de Pablo Ruan, que acabou por ver dois amarelos e ser expulso logo aos 38 minutos.
Reduzidos a dez, os insulares apenas chegavam junto da baliza de Rui Silva através de bola parada, sendo que numa dessas ocasiões, desperdiçou uma oportunidade clamorosa para ir para os balneários com dois golos de vantagem.
Na segunda parte o Sporting acentuou a sua pressão e conseguiu o tão importante golo do empate nos primeiros minutos; transição ofensiva leonina com Fresneda a servir Suárez na área, mas o colombiano a preferir assistir Pedro Gonçalves que fez o 1-1 com um remate de primeira.
O jogo era de sentido único e Rui Borges ia arriscando cada vez mais, lançando Quenda para lateral esquerdo por troca com Mangas. E foi desse corredor que nasceu o segundo da formação de Alvalade; Pote recebeu perto da área, veio para o meio e fez o que faz melhor.
A reviravolta estava feita, mas não segura. Através de bola parada, como foi apanágio da equipa da casa, o Nacional esteve muito perto de empatar, não fosse a intervenção de Gonçalo Inácio a negar o golo a Lucas João.
Os madeirenses tiveram de arriscar, e deixaram espaço que o Sporting aproveitou para selar a partida; aos 83, Pote cruzou na esquerda e o recém-entrado Harder fez o 1-3, naquele que pode ter sido o seu último golo de leão ao peito.
O encontro não terminaria sem que Pedro Gonçalves fechasse as contas com mais um golo, muito semelhante ao segundo, rematando em posição frontal após vir da esquerda.
O momento
Depois de empatar e ver um golo anulado, o Sporting continuava a carregar em busca da vitória. Os minutos iam passando, com o risco do aproximar do final do jogo trazer a indesejada ansiedade para os homens de Alvalade.
Contudo, Pedro Gonçalves fez questão de evitar o aceleramento de pulsação dos adeptos leoninos aos 76 minutos; o número ‘8’ verde e branco recebeu perto da área, descaído para a esquerda e, tal como tanto gosta, fletiu para o centro e rematou para o fundo das redes de Lucas França, consumando assim a reviravolta no marcador.
A figura: Pote de ouro
Três golos e uma assistência. Dificilmente um jogador com estes números não será considerado a figura do jogo; Pedro Gonçalves voltou a demonstrar a sua veia goleadora, relembrado a época em que foi o melhor marcador do campeonato.
Apesar de condicionado por uma lesão no tornozelo, o número ‘8’ dos leões mostrou-se sempre dos mais proativos na procura da baliza do Nacional, tendo visado-a por diversas ocasiões. Depois de uma primeira parte de pouco acerto, na segunda Pote finalmente afinou a mira e consumou a cambalhota no marcador com golos aos 53 e 76 minutos.
E depois de fazer a assistência para o 1-3, o internacional português fechou as contas com um ‘hat-trick’, o primeiro em quatro anos.
Outros destaques: Há qualidade no banco dos leões, Liziero semeou o pânico
Dentro de uma exibição homogénea por parte dos titulares do Sporting onde, com a exceção de Pote, não houve grandes destaques individuais, há a realçar as boas entradas em jogo de Kochorasvilli e Vaggianidis. O médio georgiano entrou ainda na primeira parte e mostrou bom entrosamento dom Hjulmand e capacidade de chegar a zonas de finalização.
Vagiannidis substitui Fresneda no corredor direito e trouxe outro dinamismo, estando envolvido em boas combinações com Catamo, que criaram lances de perigo para os leões.
Do lado do Nacional há a destacar a capacidade de Liziero no que às bolas paradas diz respeito; o brasileiro fez a assistência para o golo dos madeirenses, que estiveram muito perto de voltar a marcar após novo passe teleguiado do reforço nacionalista.
Reações
Tiago Margarido, treinador do Nacional: “Derrota demasiado pesada para o que fizemos nos 90 minutos”