A 3.ª etapa do do Campeonato do Mundo de Rally Raid (W2RC), arranca hoje na África do Sul, 18 a 24 de maio e tem um português na liderança na categoria SSV.
Alexandre Pinto está no topo da hierarquia em SSV (131 pontos) após o 3.º lugar no Rally Dakar, onde fez a estreia na mítica prova e o 6.º no Abu Dhabi Desert Challenge. Acumula, igualmente, a liderança do FIA Rookie Challenge, categoria destinada a pilotos estreantes.
“Tem sido um campeonato de sonho”, confessou ao SAPO desporto. “Particularmente, no Dakar, foi um marco que fizemos, que não é fácil de fazer, pode nunca mais acontecer e essa já levamos connosco”, acrescentou o piloto de Pegões, Palmela, ao destacar o rali de todos os ralis onde venceu seis de 12 etapas.
“Os resultados têm aparecido, estamos na liderança e temos lutado por isso”, assegurou Alexandre Pinto, 26 anos, estreante nas motorizadas aos 21 anos, em 2021, “diretamente no campeonato nacional e sem histórico no desporto automóvel”, recordou.
O campeonato do mundo é constituído por cinco etapas pontuáveis. A prova equador poderá ditar muito sobre as ambições do piloto português. O título mundial do W2RC, na estreia no campeonato do mundo, está à distância de três etapas.
“Para chegar ao fim deste campeonato e sermos campeões, é manter o ritmo, terminar as corridas. Não é só importante vencê-las, mas sim pontuar”, deixou a receita. “Claro que não se pode ficar muito para trás, mas é muito importante pontuar, isso é o principal”, reforçou o vice-campeão europeu de Bajas, em 2024.
Apesar do otimismo, deixa um alerta. “É todo-o-terreno e a qualquer momento pode acontecer alguma coisa e estamos fora da corrida ou de uma etapa e deixamos de pontuar tanto”, assinalou Pinto.
“Portanto, o mais importante será mesmo levar as coisas todas direitinhas, não errar para pontuar e seguir na liderança”, deixou o aviso à navegação. “Há que ir corrida a corrida, etapa a etapa e tentar fazer as coisas direitinhas, sem errar, para continuar esta boa prestação”, sublinhou.
“O campeonato está encaminhado, a concorrência está minimamente controlada, já percebemos qual é o andamento e sabemos que temos o potencial para manter a liderança”, explicou o piloto de Pegões, “mesmo ao lado da Adega Cooperativa”, sorri.
Terrenos desconhecidos na África do Sul
Na África do Sul, onde os motores já se escutam, Alexandre Pinto parte para terrenos desconhecidos, tal como aconteceu no Dakar, num etapa que fará a estreia nesta competição mundial.
A prova revive o rali Paris-Cidade do Cabo (1992). O trajeto de 1600 quilómetros liga a cidade de Sun City, na região central sul-africana, bordeja a fronteira com o Botswana, mistura savana e estradas técnicas ao redor do Pilanesberg National Park.
“A África do Sul é um terreno totalmente desconhecido, não há muito feedback, é uma corrida nova, não conheço, acho que a maioria dos pilotos também não conhece, portanto a vantagem ou desvantagem acaba por ser um bocadinho para todos”, expressou.
“Não sabemos bem o que é que vamos encontrar, vai ser um bocadinho à descoberta e ir adaptando conforme vamos descobrindo os traçados e o tipo de terreno que vamos apanhar”, apontou o piloto da Old Friends Rally Team.
Alexandre Pinto dá um salto na etapa que está a disputar e acelera para as duas últimas provas, 22 a 28 de setembro, BP Ultimate Rally Raid Portugal e o Rallye du Maroc, 10 a 17 de outubro. “São mais familiares”, atestou, em contraponto com o “desconhecimento do Dakar, Abu Dhabi e, agora, África do Sul”, comparou.
Sobre o regresso a casa, a Portugal (5.º classificado em 2024, na categoria Challenger), “será uma etapa onde a jogar em casa é sempre um bocadinho mais fácil, mas é a tal coisa, é todo-o-terreno e a qualquer momento…”, alertou.
Em relação ao Marrocos, 2.ª na geral e vencedor entre os rookies, é claro. “No ano passado correu bem. É o nosso deserto mais próximo”, finalizou.
BIO
Alexandre Pinto, Pegões, 16 de março de 1999
. Piloto Revelação no Rally dos Sertões 2021 (Brasil) em ano de estreia
. Campeão do mundo e da Europa de Bajas FIM (2021)
. Vice-campeão europeu de Bajas (2024) na Categoria Challenger
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