A decisão parece ser irreversível, mas ainda não foi oficializada. Martín Anselmi deve mesmo deixar o comando técnico do FC Porto, mas os custos da rescisão de contrato com o argentino estão a atrasar o processo.
Depois do decepcionante desempenho do FC Porto no Mundial de Clubes, onde não ganhou qualquer jogo, acabando afastado ainda na fase de grupos, aliada às pouco conseguidas atuações na I Liga, onde o até o 3.º lugar chega a estar em risco, a direção dos dragões, liderada por André Villas-Boas, chegou à conclusão de que a melhor solução passa mesmo por dispensar os serviços do técnico argentino e da sua equipa técnica.
Na tarde de quarta-feira, já se sabe, houve reunião entre as duas partes, em jeito de balanço do trabalho realizado até aqui, mas na cabeça de Villas-Boas, garante a generalidade da imprensa desportiva nacional, a decisão está tomada: Anselmi é mesmo para sair, não havendo condições – até face à contestação junto dos adeptos – para o argentino começar a nova época, sob pena de também essa ficar, desde logo, condicionada.
O problema? Os valores envolvidos no despedimento de um treinador (e de uma equipa técnica) contratada há pouco mais de seis meses. É que, numa altura em que os cofres azuis e brancos não estão propriamente folgados, a rescisão de Anselmi custará qualquer coisa como quatro milhões de euros brutos, relativos a ordenados da equipa técnica, que tem contrato por mais dois anos. Isto a juntar à indemnização de 3,1 milhões de euros recentemente paga ao Cruz Azul, anterior clube de Anselmi.
Ao todo, são qualquer coisa como 7,1 milhões de euros, a menos que Anselmi aceite um acordo para rescindir o seu vínculo por valores mais baixos.
Anselmi tentou justificar mau desempenho
Na reunião de quarta-feira, e ciente de que a ideia de Villas-Boas passa por dispensar os seus serviços, Martín Anselmi tentou justificar ao presidente o pouco sucesso desde a sua chegada ao Dragão, lembrando a saída de jogadores como Nico González ou Wenderson Galeno logo após a sua chegada, cujas vagas deixadas em aberto não foram propriamente colmatadas antes do fecho do mercado de transferências.
Porém, os resultados conseguidos por Anselmi não abonam nada à sua defesa: apenas dez vitórias em 21 jogos, nos quais sofreu cinco derrotas e somou seis empates. Anselmi partiu para férias após a reunião da tarde de quarta-feira e o mais provável é que, quando voltar, já tenha o seu despedimento confirmado. Isto apesar de os custos da operação ‘assustarem’ Villas-Boas.