Zlatan Ibrahimovic voltou a falar — e, desta vez, longe da arrogância que tantas vezes marcou o seu discurso. Num registo mais íntimo, o ex-internacional sueco participou no programa “Isto Sou Eu”, onde desportistas recordam percursos de vida e momentos marcantes, e revelou detalhes sobre a relação com os filhos, o passado e o amor eterno ao Milan, clube que representa atualmente como dirigente.
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“Não é fácil para eles, mas a sua mentalidade é ainda mais forte que a minha, e isso pode ajudá-los. Vivem uma vida diferente dos outros porque o pai deles foi um excelente jogador — talvez o melhor. Tento separar o Ibra profissional do pai”, confessou o antigo goleador.
Zlatan, pai de Maximilian e Vincent, sublinhou o contraste entre a infância dos filhos e a sua própria juventude difícil.
“A vida deles é mais fácil, mais simples, porque podem fazer mais coisas do que eu. O que lhes ensino é disciplina, respeito e independência. Se conseguirem isso, significa que fiz bem o meu trabalho como pai”, garantiu.
“Tive de ser mais forte que os outros”
Figura incontornável do futebol mundial e símbolo máximo do desporto sueco, Ibrahimovic refletiu sobre o esforço que o levou ao topo.
“Trabalhei, sacrifiquei-me, fui contra todos. Tive de ser mais forte que os outros para me destacar e ter sucesso. Hoje posso dizer que abri portas a muitas gerações na Suécia”, referiu.
“A primeira vez foi felicidade, a segunda foi amor”
Ao recordar o percurso nos clubes por onde passou, o ex-avançado fez uma declaração sentida ao Milan, onde jogou em duas passagens (2010–2012 e 2019–2022) e que considera o clube do coração.
“Serei sempre um adepto do Milan e nunca esquecerei o que o clube me deu. A primeira vez foi felicidade, a segunda foi amor. Joguei com rapazes 20 anos mais novos do que eu. Pedi para não me explicarem o programa da despedida porque queria expressar as minhas emoções de forma espontânea.”
Ibrahimovic recordou ainda um episódio marcante no Estádio Olímpico de Roma, quando foi alvo de insultos racistas após marcar um golo.
“Lembro-me daquele dia. Marquei um golo e 50 mil pessoas começaram a gritar-me: ‘És um cigano!’ Fingi que não ouvia — isso foi a minha motivação. Comecei a dizer para mim mesmo: ‘Mais alto, mais alto, mais alto.’ Depois disso, recebi um cartão amarelo e ainda hoje não percebo porquê”, disse.
Hoje, aos 42 anos, Zlatan Ibrahimovic continua ligado ao futebol como dirigente do AC Milan, clube onde encerrou uma das carreiras mais icónicas do século XXI. Do menino de Malmö ao símbolo global, Ibra mantém o mesmo lema de sempre: força, orgulho e autenticidade — dentro e fora do campo.