Borja Iglesias, quatro vezes internacional espanhol e jogador do Celta de Vigo, conhecido por muitas vezes sair em defesa de causas sociais no desporto, veio a público defender uma maior justiça no que toca à distribuição do dinheiro entre futebol masculino e feminino.
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Em entrevista à ‘Nós Televisión’, Borja falou sobre vários outros temas, como a homossexualidade ou o genocídio da Palestina, e defendeu que os futebolistas têm o direito e o dever de se pronunciarem sobre temas políticos e sociais.
“Dizer que os futebolistas não podem falar de política é também politizar o futebol. Fazemos parte da sociedade”.
No que toca ao futebol feminino, Borja destacou o seu crescimento.
“Quem critica o futebol feminino afirma que não gera o mesmo dinheiro que o masculino. Mas essa afirmação ignora as desigualdades estruturais que limitaram o seu desenvolvimento durante décadas. Não se podem exigir os mesmos resultados a um desporto que apenas agora começa a receber uma fração da atenção, da cobertura mediática e dos recursos que historicamente foram dados ao futebol masculino”, aponta.
“As pessoas dizem que o futebol feminino não gera o mesmo, mas possivelmente a Alexia ou a Aitana geraram mais dinheiro do que eu. São duas referências mundiais, e há muitas outras. O futebol feminino está a experimentar um crescimento tremendo, mas a realidade é que está a avançar mais lentamente do que poderia. Tudo requer um processo; mas há ainda um grande atraso no que toca a infraestruturas e a pessoal mais experimentado. Mas tudo está a crescer, incluindo as receitas”, lembrou.
Sobre a questão da homossexualidade, Iglesias denunciou o facto de continuar a ser um assunto tabu no futbol. E lembrou o que se passou com um antigo colega de equipa, Héctor Bellerín, que em tempos passou pelo Sporting. “Ele luta contra situações destas há anos e, quando jogava no Arsenal, levou uma enorme tareia por realizar um evento com uma claque LGBTI”, lembrou.