Os jogadores e a Federação Portuguesa de Rugby (FPR) negaram hoje qualquer ameaça de greve aos trabalhos da seleção nacional, mas está confirmada, por outro lado, uma remodelação na equipa técnica liderada por Simon Mannix.
“Não ameaçámos diretamente fazer greve nenhuma. Vão sempre acontecer situações com as quais alguns jogadores não concordam, mas não ameaçámos fazer greve nenhuma”, vincou à agência Lusa o capitão da seleção portuguesa de râguebi, Tomás Appleton.
Segundo o site francês Rugby Scope, os jogadores teriam manifestado à FPR a intenção de fazer greve aos trabalhos da seleção portuguesa de râguebi.
Em causa, estariam atrasos nos pagamentos dos bónus relativos aos encontros com a África do Sul e com a Escócia, das ‘janelas’ internacionais de 2024, bem como dos encontros de qualificação para o Mundial, já neste ano.
A mesma publicação referia “tensões dentro da seleção portuguesa, especialmente entre os adjuntos” de Simon Mannix, que teriam levado ao afastamento do preparador físico, Olivier Rieg, e do treinador de avançados, Olivier Azam.
À agência Lusa, o presidente da FPR confirmou que a equipa técnica nacional sofreu alterações “no final da época em curso”, mas numa “situação contratualmente prevista”, e reiterou que “não houve nenhuma ameaça de greve” por parte dos jogadores, além de que não existem quaisquer dívidas relativas àqueles encontros.
“É absolutamente falso que devamos os prémios referentes à África do Sul e à Escócia, estando os [prémios] do Rugby Europe Championship [REC25, que serviu de qualificação para o Austrália2027], a ser pagos nos termos acordados”, vincou Carlos Amado da Silva.
Por outro lado, o presidente da FPR lembrou que o selecionador de Portugal, Simon Mannix, “tem direito a escolher o seu staff, pelo qual responderá”.
Assim, o treinador adjunto João Mirra deixa a equipa técnica, mas mantém-se nos quadros da FPR, provavelmente no departamento de “desenvolvimento”, assim como o analista de jogo José Paixão.
Tal como o preparador físico, Olivier Rieg, que também deixou os ‘lobos’ após o REC25, ambos tinham transitado da equipa técnica de Patrice Lagisquet, que orientou Portugal no último Campeonato do Mundo, para o ‘staff’ de Mannix.
Já o treinador de avançados, Olivier Azam, tinha sido escolhido para suceder a David Gérard, que deixou a seleção portuguesa após o França2023, aquando da chegada do neozelandês.
Para o seu lugar foi contratado o britânico Andi Kyriacou, que desempenha as mesmas funções no Munster, da Irlanda, e assume, juntamente com Mannix e a restante equipa técnica, a preparação física dos jogadores, uma vez que a posição deixou de existir após a saída de Rieg.
Já o treino das linhas atrasadas dos ‘lobos’, função normalmente desempenhada por João Mirra, passa a ser da responsabilidade do francês Anthony Tesquet, enquanto Elliott Corcoran assume sozinho as funções de analista de jogo, que partilhava com José Paixão há cerca de um ano.
“É uma decisão que não tem nada de pessoal, considerando a excelente relação que sempre mantive com as pessoas em causa. Mas o selecionador nacional foi escolhido por nós e pela World Rugby, num processo complexo e entre uma grande lista de candidatos. É óbvio que teremos de lhe dar a possibilidade de constituir a sua própria equipa”, justificou Amado da Silva.
A seleção portuguesa de râguebi encontra-se preparar o encontro com a Irlanda, que se disputa em 12 de julho, no Estádio Nacional, em Lisboa, e será único teste dos ‘lobos’ na ‘janela’ de encontros oficiais da World Rugby neste verão.
Será a primeira vez que Portugal defronta os atuais terceiros classificados do ‘ranking’ mundial.