Kerstin Casparij é internacional neerlandesa e jogadora do Manchester City. Para além da sua capacidade em campo tem também sido uma voz na defesa dos direitos da comunidade LGBTQ+.
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Em pequena, enquanto crescia na cidade de Heerenveen, confessa os desafios porque teve que passar quando descobriu a sua orientação sexual. “Sempre soube que gostava de raparigas, mas nem sabia que ser gay era uma opção. Ser gay ou queer não era necessariamente algo normal. Eu não conhecia ninguém que fosse assim”, revelou em declarações à BBC.
“Quando tínhamos de andar aos pares, queria sempre dar a mão às meninas e nas peças de teatro queria ser o príncipe. Tive namorados, mas eram apenas amigos. Achava que isso era amor, até perceber que não era assim. É um estereotipo, mas eu sabia que gostava de raparigas. Era um tabu tão grande que eu achava que tinha de gostar de rapazes. Foi confuso durante a minha adolescência”, continuou.
Foi na equipa principal de Heerenveen, aos 15 anos, que se sentiu finalmente aceite. “Por vezes, foi difícil, até entrar para o futebol feminino. Aí, era normal e falava-se abertamente sobre isso. Aprendi muito sobre mim mesma. Não tinha isso quando era jovem, tinha tantas dúvidas e perguntas.”
Casparij é hoje uma das figuras do City, cidade onde encontrou o amor. Ruth é a companheira que conheceu através de uma aplicação de encontros. “Foi um alívio poder ser eu mesma e viver abertamente quem sou.”
A jogadora é também figura de proa da LGBTQ Foundation, instituição que apoia vítimas de violência doméstica e combate a transfobia. “Quero garantir que [as mulheres] têm um espaço seguro, onde possam ser ouvidas e curar-se. Nas situações de violência doméstica, muitas vezes são esquecidas. Quero ser uma mulher que ajuda outras mulheres”, afirma.