O que lhe vem à cabeça se lhe falarmos da palavra ‘girya’? Certamente que não lhe será fácil fazer associação com algo minimamente familiar; contudo, se o termo for kettlebell, aí a situação deverá ser bem diferente.
Origens
Acontece que as duas palavras querem dizer exatamente a mesma coisa; ‘girya’ é o termo criado para a kettlebell na Rússia, país onde terá sido criado no século XVIII.
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Inicialmente usado para calcular o peso de colheitas e bens alimentares, o exército russo cedo percebeu os benefícios dos exercícios com este instrumento, tornando-o parte essencial do seu treino militar.
Com pesos a variar entre os 2 e os 45 quilos, as kettlebells eram usadas, não só para exercícios de força, mas também de resistência, equilíbrio e flexibilidade.
Foi apenas no início do século XXI que as kettlebells entraram no ‘mainstream’ da atividade física, sendo instrumento comum em ginásios espalhados pelo mundo.
Benefícios
De acordo com a Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, o formato da kettlebell (peso com uma pega) permite a quem o levanta acionar, não só os músculos do braço, como também pernas, ombros, costas e abdominais.
Para além disso, tal movimento estimula também o crescimento de novas células ósseas, assim como a nossa postura.
“Com o peso à sua frente, os seus músculos das costas são obrigados a endireitarem-se para contrariar a força frontal da kettlebell”, diz Nancy Capparelli, fisioterapeuta no Centro Médico Beth Israel Deaconess.
Riscos
Tal como benefícios, a utilização da kettlebell acarreta também alguns riscos. Para além da óbvia possibilidade de a deixar cair em cima do pé, levantar demasiado peso muito cedo ou uma técnica deficiente de levantamento podem causar estiramentos, lesões nos ombros ou quedas.
Para além disso, e de acordo com a Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, é desaconselhado o uso da kettlebell a pessoas com osteoporose ou osteopenia.
Como começar
Para poder dar início a este tipo de treino, será necessário ter em atenção o peso utilizado e ter acompanhamento profissional.
Quanto ao peso, Nancy Capparelli defende que tal depende da constituição física da pessoa.
“Depende da pessoa. Alguém que tem metro e meio e pese 40 quilos utilizará normalmente uma kettlebell mais leve do que alguém com um metro e oitenta e 90 quilos”, afirmou.
Relativamente ao acompanhamento inicial, Capparelli defende que tal é vital para evitar lesões.
“Tens de saber exatamente o que fazer com a kettlebell e quais os exercícios são os mais adequados. Caso contrário aumentas o risco de lesões até com uma kettlebell leve”, avisa.
Para além destas recomendações, Capparelli aponta também à utilização de uma kettlebell com pega suficientemente larga para duas mãos, e também a utilização de luvas.
Exercícios iniciantes
Caminhada de agricultor: Levante uma kettlebell com cada um dos braços, coloque os ombros para baixo e para trás e caminhe ao longo de 6 metros
Levantamento da mala: Levante a kettlebell com uma mão (como se tivesse a pegar numa mala) e caminhe ao longo de seis metros por quatro vezes. Não se incline e repita este exercício com o outro braço.
Levantamento do cálice: “Levante a kettlebell com as duas mãos e segure-a à sua frente, como se fosse beber dela”, diz Capparelli. “Depois ande seis metros para a frente e para trás por algumas vezes. Este exercício trabalha os músculos do seu braço, ombros, biceps e superiores das costas”
Balouçar a kettlebell: Segure a kettlebell com as duas mãos, com os braços esticados à sua frente para que a kettlebell fique entre as suas pernas. Incline-se para a frente, ponha o peso nos seus calcanhares e balance a kettlebell para trás entre as suas pernas. Depois levante-se enquanto balança a kettlebell para a frente, até à altura do peito. Repita 10 vezes.























