Marco Silva recuou ao ponto de partida da sua carreira numa entrevista ao programa Moment In Time, revisitando o percurso que o levou do Estoril à Premier League e sublinhando a importância das experiências fora do banco para a maturidade que hoje apresenta como treinador de topo.
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Antes de se afirmar como técnico, o atual treinador do Fulham integrou a estrutura do Estoril, clube onde foi capitão durante seis temporadas e com o qual mantém uma ligação especial. Foi o próprio presidente que o desafiou a permanecer no clube, já depois de pendurar as chuteiras. “O Estoril falou comigo sobre o futuro e manifestou vontade de eu ficar na estrutura. Se um clube que será sempre especial te dá essa oportunidade, ainda melhor”, recordou.
Durante cinco a seis meses, Marco Silva assumiu funções de diretor-desportivo, um papel que descreve como exigente e completamente distinto do de treinador. “O presidente disse-me: ‘este é o orçamento, temos de usá-lo bem e temos de subir de divisão’. Passei a lidar com agentes, jogadores, Federação… Estás numa posição em que és o responsável direto, ao lado do presidente”, explicou, admitindo que foi um período intenso, mas determinante para compreender o futebol numa perspetiva mais global.
Apesar de nunca ter tido como objetivo seguir carreira na direção desportiva, o treinador reconhece hoje o valor dessa passagem. “Preparei-me para ser treinador, mas aquela experiência foi mais do que suficiente para me enriquecer. Fez-me perceber outra parte do jogo”, sublinhou, garantindo que esse conhecimento foi decisivo nos passos seguintes.
Em 2017, Marco Silva deixou o Olympiacos para se estrear na Premier League, um salto que considera sustentado pelo caminho feito anteriormente. “Sem dúvida que ajudou. Aquele período deu-me ferramentas importantes. E, acima de tudo, senti orgulho pela vontade que o Estoril teve em manter-me ligado ao clube”, confessou.
Já como treinador do Estoril, Marco Silva assinou páginas históricas ao conduzir o clube a um quarto e a um quinto lugares na I Liga, resultados nunca antes alcançados. Ao recordar essas épocas, destacou a dimensão emocional do trabalho diário. “A emoção significa tudo. É o mais importante. Podemos ter coisas boas ou más à nossa volta, mas temos de estar juntos, próximos”, afirmou.
O técnico traçou ainda um paralelismo com o presente, reconhecendo que a passagem pelo Fulham também tem sido especial. “Se este tipo de emoções se for fortalecendo, vamos ganhar jogos”, concluiu, numa reflexão que liga passado e presente e ajuda a explicar a consistência de um treinador que cresceu dentro e fora das quatro linhas.























