Marcus Rashford falou sobre o Manchester United e deixou duras críticas ao clube, apontando a instabilidade como entrave do sucesso. O jogador, que foi emprestado ao Barcelona, esteve presente no podcast ‘The Rest is Football’ e não se inibiu de dizer que a direção do clube ficou à deriva depois da saída de Alex Ferguson.
“Mostrem-me uma equipa bem-sucedida que apenas se adapte. Quando Ferguson estava lá, não havia apenas princípios para a equipa principal, mas para toda a academia. Por isso, podias selecionar jogadores de 15 anos e eles entendiam todos os princípios de jogar da forma do Manchester United. E qualquer equipa que tenha sido bem-sucedida ao longo de um período de tempo tem princípios que significam que qualquer treinador ou jogador que chegue tem de se alinhar ou acrescentar a esses princípios”, disse.
“Em certas alturas, o United tinha fome de vencer, mas era apenas reacionário. Se a tua direção está sempre a mudar, não podes esperar vencer a liga. É isso que as pessoas esquecem. Temos estado muito abaixo do lugar que reclamamos para o United, mas se olharmos para trás, o que tive oportunidade de fazer nos últimos seis meses, o que esperavam? As pessoas dizem há anos que estamos em transição, mas para isso tens de a começar. A transição real ainda não começou”, prosseguiu, citado pela Sky Sports.
Rashford foi mais longe e disse que o facto de existirem tantos treinadores diferentes com “estratégias e ideias distintas” leva a que o jogador fique “em terra de ninguém”.
De todos dos anos em que tem estado ao serviço dos ‘red devils’, o jogador fez questão de mencionar José Mourinho como o único treinador “obcecado em ganhar”.
Por fim, Rashford utilizou o exemplo do Liverpool para demonstrar o que acredita que deveria ser feito no United. “Quando o Liverpool passou por isto, foram buscar Klopp e mantiveram-no. No início, eles não ganhavam. As pessoas só se lembram dos últimos anos dele, quando competiu com o City e venceu os maiores títulos.”
O inglês lembrou que para ser feita uma transição é preciso “engenhar um plano” e manter o foco para que ele comece a ter efeitos. Em virtude disso, garantiu estar magoado, não “só enquanto jogador, mas como adepto”.