Depois da Yamaha, foi a vez de Miguel Oliveira. O piloto português confirmou à Sport TV que não disputará a temporada 2026 de MotoGP, como piloto principal. As portas como piloto de testes não estão totalmente fechadas, mas é difícil a permanência do Falcão de Almada na prova rainha do motociclismo. O futuro poderá passar pelo campeonato de Superbike.
Anúncio da Yamaha sobre a sua saída: “Não é propriamente uma notícia de última hora. Sabíamos que era algo uma decisão que estava pendente desde o final de maio, quando foi anunciada a contratação do Toprak Razgatlioglu para a Pramac. Algo inesperado, diria, no sentido de não darmos continuidade àquilo que eu me tinha proposto em 2024, assinando um acordo de um ano com mais um de opção com uma cláusula de performance a metade da temporada.”
Época prejudicada pelas lesões: “Essa cláusula foi altamente condicionada pela lesão na Argentina e depois o anúncio do Toprak veio mexer muito na dinâmica dentro do paddock. Ter de lidar com as perguntas da comunicação social sobre o futuro, corrida após corrida, estar constantemente a sentir que cada corrida tinha que ser uma prova daquilo que eu poderia fazer, numa fase em que ainda me estava a habituar à mota e os outros pilotos já estavam muito mais dentro daquilo que eram os limites da mota…”,
Sai Miguel Oliveira mas fica Miller: “Eu e o Miller temos uma excelente relação dentro da ‘box’, é um excelente jogador de equipa e, mesmo recentemente, com estes rumores todos, íamos falando muito os dois. Na altura do GP da Áustria falei com ele, ele estava tão ou mais ansioso do que eu sobre esta decisão. Foi uma decisão que foi muito demorada pela tentativa da Yamaha em trazer um ‘rookie’ para a estrutura ao lado do Toprak, esse ‘rookie’ não aceitou e foi também um bocadinho a salvação do Jack e as coisas acabaram por acontecer assim.”
E agora? “A prioridade é continuar a correr. O sentimento ainda me mantém muito dividido neste paddock. Passei muito tempo da minha carreira aqui, cresci aqui, conheço praticamente toda a gente de todas as equipas e, de alguma forma, gostava de manter esta ligação ao paddock.”
Alternativas: “Para já, há uma porta aberta para sair, mas a porta que está aberta para eu sair também pode estar aberta para eu entrar. Gostava de manter esse elo ligação aqui ao paddock, mas só o vou ter forçosamente como piloto de testes dado a dinâmica do ano que vem. As portas para ser piloto a tempo inteiro no ano que vem, fecham-se. Dada a mudança de regulamento em 2027, ter também algum tipo de contrato de piloto de testes que me permita ter um número fixo de wildcards durante a temporada também me parece algo difícil de garantir, até porque muitas das marcas vão congelar logo no início de fevereiro os seus pacotes técnicos para o início da temporada. Não faz sentido gastar muita energia e recurso financeiro nisso sendo que no ano seguinte mudam os regulamentos, para além de as motas serem 80% das que temos agora.”
Hipótese no Mundial de Superbike com BMW ou Yamaha: “Quero é competir, por isso é que o papel de piloto de testes a tempo inteiro me deixa muito dividido. O meu desejo mesmo é o de competir, estar em pódios e vencer corridas. A ida para as Superbikes é uma ida que me deixa possivelmente muito agradado, até porque os lugares são em equipas oficiais, com estruturas bem montadas e fortes e isso é a ambição de qualquer piloto: voltar a um sítio onde possa ser competitivo.”
Motivação para o resto da época após anúncio da saída: “A fase que eu estou a viver agora é uma terceira fase. A primeira de adaptação. A segunda fase, de junho-julho, em que comecei a testar muitas coisas na mota, andámos na tentativa-erro. E desde Áustria para cá já estou capaz de ser mais competitivo e conseguir um bom resultado. Sinto-me bastante motivado. Sabemos que a mota tem as limitações que tem. Sei que tenho de chegar aos Grandes Prémios e tentar o 15.º ou o 10.º lugar. Sabia para o que vinha quando assinei em 2024. A minha abordagem não vai mudar, vou ser sempre profissional do início ao fim. Só pedi o mesmo à Yamaha.”
A Prima Pramac anunciou, na quinta-feira, que Miguel Oliveira não fará parte da equipa para o Mundial de MotoGP de 2026. É a confirmação do que há muito se falava no paddock, no mesmo dia em que a Yamaha anunciou a renovação Jack Miller até 2026. O australiano fará dupla com o turco Toprak Razgalioglu, campeão mundial de Superbikes, na próxima época.