José Mourinho falou ao início da noite aos jornalistas já em Inglaterra, na antevisão ao encontro de terça-feira (20h00) com o Newcastle, para a terceira jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, numa conferência de imprensa que se atrasou cerca de meia hora devido à chegada mais tardia do que previsto das águias a solo inglês.
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Jogo de tudo ou nada na prova? “Estão 18 pontos em disputa, depois de amanhã serão 15… se fizermos 15 qualificamo-nos. Nao precisamos de 15, 14, 12, 12… o de amanhã não é decisivo, mas vamos jogar a pensar que sim.”
Eleições condicionam? “Relativamente às eleições, jogar no Benfica por si só encerra pressão, responsabilidade e não é para todos, mas é suficiente essa pressão inerente a ser treinador e jogador do Benfica. Não é justo e não nos preparamos para isso. Preparamo-nos para o jogo, como foi para sábado e como será para sábado, tentando esquecer que há eleições porque o nosso trabalho é outro.”
Carinho especial pelo Newcastle por culpa de Bobby Robson: “Eu sentia sempre qualquer coisa especial mesmo antes do mister Robson partir. Depois disso senti a proximidade, que mesmo com as pessoas que amamos, o dia a dia leva-nos a passar ao lado da saudade. Há locais que nos fazem abrir a porta para que essas pessoas entrem no nosso pensamento. Trabalhei com o mister Robson seis anos e não passava um dia que ele não mostrasse a paixão por Newcastle cidade e clube, o orgulho com que falava… nunca escondi que o Newcastle foi sempre um clube querido, obviamente por influência de uma lenda deste clube.”
O que falta ao Benfica para fazer melhores exibições? “Se calhar vencemos e não precisamos de nada mais. Pode ser que no fim digamos que não nos falta nada para ganhar aqui. Vamos ver. Há um adversário pela frente, muitas vezes há um plano que se consegue pôr em prática e noutras não. Depois as pessoas pensam que o plano era errado, mas às vezes é por culpa do adversário. Vamos jogar contra uma equipa muito forte”.
Newcastle vale mais do que mostra a classificação na Premier League: “Os menos profissionais olham para a classificação da Premier e ficam enganados relativamente ao potencial da equipa. Equipa organizada, com jogadores escolhidos a dedo pelo Eddie, muito organizada, física, bons jogadores nas alas. Um estádio que joga com eles. As pessoas vêm aqui para jogarem com a equipa. Vai ser complicado, mas também acho que vai ser para eles”.
St. james Park é um estádio especial: “Não é só o estádio, é o clube, a história, a paixão dos adeptos, o poderio económico que lhes permite sair de uma situação complicada e ganhar pela primeira vez em décadas como ganharam a Taça da Liga. Que lhes permite jogar duas épocas na Champions. São uma equipa que está perto de coisas maiores e esta gente merece. A cultura de Chelsea, Arsenal, Tottenham é diferente desta zona. Adoro jogar aqui. Disse isso aos jogadores, que mesmo como adversário é fantástico jogar aqui”.
Não assinava um empate antes do jogo começar: “Não, eu disse o mesmo com o Chelsea e perdemos. Se calhar devíamos ter aceite o empate. Queremos jogar e dentro das limitações estamos preparados. Se viéssemos aqui treinar, seria impossível treinar. Sabemos que vão querer levar o jogo para o lado que são mais fortes e nós temos que levar para outro contexto.”
Complicado chegar “com o comboio em andamento”: “Nada me deixa frustrado, apesar de ter sido a terceira vez na carreira que agarro a equipa com o campeonato em andamento. Benfica, Tottenham e agora novamente Benfica. Não posso dizer que tenho muita experiência, nisto, mas sei que é muito mais difícil, sem tempo para trabalhar, discutir coisas internamente. O Eddie tem jogadores do perfil que ele quer, conforme quer jogar. Quando se chega a meio da época não se pode estar frustrado. É o que é. Não cheguei a meio, mas com o comboio em andamento, mas tenho que me adaptar sem frustração.”
Manu próximo do regresso: “Pensamos que vai estar a treinar connosco na próxima semana de forma global. Faz muitas coisas com controle, mas na próxima semana pode integrar o trabalho normal com a equipa. No final de novembro já estará em condições de jogar”.
Ainda as eleições: “Temos que tentar estar isolados desse contexto. A nossa missão é outra. Temos que estar isolados desse contexto. Ser jogador e treinador do Benfica não é fácil. Os adeptos querem vitórias e bons jogos e isso é mais do que suficiente para estarmos motivados. A situação eleitoral seria pressão extra se estivéssemos focados nela e não estamos.”
O Newcastle-Benfica está agendado para às 20h00 desta terça-feira, no St. James Park. Para este jogo, a UEFA nomeou o conceituado árbitro polaco Szymon Marciniak, que terá Tomasz Listkiewicz e Adam Kupsik como auxiliares, enquanto Pawel Raczkowski será o quarto árbitro. Tomasz Kwiatkowski estará no VAR.
O Benfica é 33.º na fase Liga, ainda sem pontos, enquanto o Newcastle segue no 11.º posto, com três pontos.