Nuno Espírito Santo considera um “privilégio” e uma “honra” ser o único negro a comandar uma equipa da Premier League na atualidade. Numa numa entrevista à BBC Sport África, o técnico português do West Ham acredita que a situação irá mudar em breve.
“Existem muitos treinadores negros talentosos que, em breve, poderão estar envolvidos na Premier League. Muitos terão boas épocas, estarão disponíveis”, garantiu o técnico nascido em São Tomé e Príncipe.
O facto de ser o único negro a treinar na Premier League já tinha sido destacado pelo West Ham para celebrar o Black History Month (Mês da História Negra, em tradução livre). Na altura, o clube foi muito criticado por ter destacado a cor da pele do técnico português, nascido em África.
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NES destacou a importância de uma maior representatividade das minorias étnicas, mas garantiu que a cor da pele ou religião não é relevante para quem escolhe as equipas técnicas.
“A diferença entre as pessoas não é algo que os clubes levem em consideração. Pelo menos não acredito nisso. É graças ao talento, trabalho árduo e à sorte de teres um projeto em que te saíste bem. As pessoas reparam e contratam-te por isso”, atirou.
Essa não é, por exemplo, a opinião de Delroy Corinald. O co-fundador da Black Footballers Partnership pediu ao novo órgão regulador independente do futebol inglês, no ano passado, que “combatesse o preconceito” contra treinadores negros.
Chris Hughton, um dos 11 treinadores negros que orientaram uma equipa da Premier League, destacou a importância de ter figuras como Nuno Espírito Santo no desporto inglês, mas sublinhou que “em vez da situação estar a melhorar, está a ficar pior”.
“Há mais treinadores negros e de outras etnias envolvidos nos sub-21, portanto houve certamente uma melhoria nesse aspeto, mas queremos ver mais crescimento nas áreas mais visíveis”, garantiu também à BBC Sport Africa.
Na mesma entrevista, NES expressou o desejo de regressar ao país natal e ajudar: “Um dia voltarei para tentar influenciar os treinadores e tentar transmitir um pouco da minha experiência e partilhar o meu conhecimento. Comandar uma seleção africana no futuro? Nunca se sabe, mas seria uma honra fazer parte de algo assim”, frisou o treinador de 51 anos.























