O Benfica viu o Sporting ‘roubar-lhe’ o título na Primeira Liga, após as ‘Águias’ terem passado para a frente na 28.ª jornada, mercê da goleada aplicada ao FC Porto no Dragão do empate dos Leões em casa diante do SC Braga.
O empate caseiro na ronda seguinte diante do Arouca voltou a deixar as equipas empatadas, na liderança, que poderia ter sido resolvida pelos Encarnados na receção aos Leões na 33.ª ronda. A equipa de Lage falhou, deixando o título nas mãos dos verde e brancos.
Nos 34 jogos disputados, os encarnados ganharam 25, empataram cinco e perderam quatro. Na Luz, os comandados de Bruno Lage só não venceram o SC Braga (derrota por 1-2), o Arouca (2-2) e o Sporting (1-1) nos 17 jogos disputados.
Fora de portas, o Benfica venceu 11 dos 17 jogos. A equipa perdeu com Famalicão (0-2), Sporting (0-1), Casa Pia (1-3) e empatou com o Moreirense (1-1), AVS (1-1) e SC Braga (1-1).
No balanço final, os Encarnados poderão ficar a lamentar os triunfos que deixaram fugir nos descontos, fora de casa diante do AVS, quando sofreram o empate aos 90+5. Ou em casa frente ao Arouca após a goleada aplicada ao FC Porto: o 2-2 dos arouquenses chegou aos 90+4. Quatro pontos a voar nos descontos, em duas vitórias que pareciam certas.
Os jogos com Sporting e SC Braga também acabaram por ser penalizadores: foram as únicas equipas que o Benfica não venceu na presente temporada na Liga. A formação encarnada conquisto apenas um dos seis pontos diante dos Leões e também frente aos Guerreiros do Minho.
Arranque em falso com Schmidt
Ainda a época nem tinha começado e já havia adeptos do Benfica pouco crentes no sucesso da equipa. A forma como Roger Schmidt conduziu a equipa na temporada anterior não augurava nada de bom, pelo que a derrota em Famalicão na ronda inaugural só veio adensar ainda mais as nuvens de dúvidas sobre a capacidade da equipa.
Quando, à quarta jornada, a equipa já estava a cinco pontos do líder Sporting, Rui Costa entendeu que era hora de agir e demitiu o alemão, antes de uma paragem para jogos das seleções, após o empate arrancado a ferros diante do Moreirense, numa grande penalidade convertida por Marcos Leonardo, aos 90+8 minutos.
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Bruno Lage pegou na equipa e deu-lhe uma nova dinâmica e crença. Arrancou com uma goleada ao fantástico Santa Clara na 5.ª ronda até parar no empate em casa do AVS, após oito vitórias seguidas. Na 13.ª jornada, o Benfica saltava para a liderança isolada, com mais um ponto que o Sporting.
Período negro com três derrotas antes da melhor sequência
A subida ao poleiro durou apenas uma ronda, porque depois o Benfica entrou no pior período da época. Após o empate com o AVS, a equipa perdeu o dérbi em Alvalade com o Sporting e caiu para terceiro. Pior ficou quando, na ronda seguinte, averbou a única derrota caseira, diante do SC Braga. O Benfica fechava a primeira volta no 3.º lugar, mas a apenas três pontos da liderança, uma vez que os rivais também estavam a desperdiçar pontos.
No arranque da 2.ª volta, a equipa vingou a derrota diante do Famalicão no arranque do campeonato, goleando os famalicenses, antes da última derrota na prova. Bruno Lage rodou a equipa antes do duelo decisivo com a Juventus para a Liga dos Campeões e isso foi fatal: derrota 1-3 no terreno do Casa Pia e seis pontos de diferença para o líder Sporting, na 19.ª ronda.
Os jogos da Liga dos Campeões faziam mossa, a equipa parecia curta para tanta exigência. O play-off para os ‘oitavos’ da Liga milionária estava garantida, com custos elevadíssimos no campeonato.
Veio depois uma fantástica sequência de nove vitórias seguidas, incluindo uma goleada ao FC Porto, no Dragão. Num período já menos fulgurante, importante era vencer. Os triunfos pela margem mínima diante de Estrela da Amadora, Santa Clara, Moreirense, Rio Ave e Farense mantinham a equipa na luta pelo título.
Jogos com o top-5: goleadas ao FC Porto, pontos perdidos com Braga e em Alvalade
Numa época em que nenhum dos rivais deslumbrava (depois da saída de Ruben Amorim do Sporting), os pontos conquistados pelo Benfica diante do tradicional top-5 deixava os adeptos na expetativa.
Encarnados começaram por golear o FC Porto na Luz por 4-1, na 11.ª jornada, neste que foi um dos melhores resultados diante do eterno rival nos últimos (há 60 anos que o Benfica não ganhava o FC Porto por 4-1). Os números da goleada foram repetidos em casa do FC Porto na segunda volta.
Seguiram-se dois triunfos diante do Vitória Sport Clube, uma das equipas que mais trabalho deu ao novos campeões nacionais. Na Luz, Kerem Akturkoglu resolveu o jogo na 13.ª ronda. No Castelo, eficácia tremenda com golos de Vangelis Pavlidis (2) e Alvaro Carreras.
Frente ao Braga, a equipa de Bruno Lage perdeu na Luz por 2-1, e empatou na Pedreira (1-1) no jogo que encerrou o campeonato.
Nos duelos contra o rival da Segunda Circular, as Águias ficaram a perder: derrota por 1-0 em Alvalade e empate na Luz (1-1), que, de certa forma, decidiu o campeonato.