As eleições para a presidência do Benfica decorrem este sábado, 25 de outubro, e a Sportinforma colocou as mesmas seis perguntas sobre as respetivas candidaturas e as suas ideias para o futuro do clube a cada um dos seis candidatos*.
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Eis as respostas de Cristóvão Carvalho (Lista D, ‘Pelo Benfica’)
1. O que o levou a candidatar-se?
Cresci a ver o Benfica como um clube que não só ganhava, mas inspirava. Nos últimos anos senti que esse espírito se perdeu. Há muita qualidade no Benfica, mas falta uma visão clara, uma estratégia de longo prazo e, acima de tudo, uma liderança que saiba unir os benfiquistas.
Decidi candidatar-me porque não encontrei verdadeiras alternativas ao atual estado das coisas e porque acredito que posso oferecer isso: uma gestão profissional, transparente e exigente, com um projeto a doze anos que não vive de promessas, mas de metas concretas. Sou advogado e gestor, conheço bem a importância de processos sólidos e de equipas competentes. Quero devolver ao Benfica a confiança e o orgulho que sempre o caracterizaram.
2. Qual considera ser o principal desafio do Benfica atualmente?
O Benfica tem hoje um desafio duplo: voltar a vencer de forma consistente e, ao mesmo tempo, garantir sustentabilidade financeira. Um clube como o nosso não pode viver de ciclos curtos, em que se investe muito num ano e se corta no seguinte. Precisamos de estabilidade e de uma estrutura de futebol realmente profissional, que planeie com tempo, que contrate com critério e que valorize o que temos de melhor, que é a formação.
Também vejo um desafio cultural: recuperar o sentimento de pertença dos sócios e reforçar a ligação entre o clube e os adeptos. O Benfica tem de voltar a ser um projeto coletivo, onde todos contam e todos sabem para onde vamos. É preciso deixar claro que no Benfica os notáveis são os sócios.
3. Que via seguirá para equilibrar as contas do clube e reduzir o passivo financeiro?
A primeira coisa é pôr ordem na casa. Isso significa disciplina orçamental, controlo de custos e decisões baseadas em critérios racionais, e não em impulsos. Depois, é essencial aumentar as receitas próprias, sem depender tanto de vendas de jogadores. O Benfica tem uma marca global e um potencial enorme para gerar valor através da experiência no estádio, do digital, do merchandising e das parcerias internacionais.
Quanto aos direitos televisivos, já deixei claro que o Benfica não deve vendê-los a terceiros. Queremos liderar o processo de centralização, mas de forma que beneficie o clube.
Temos também um protocolo financeiro sólido, com garantias de investimento que não colocam em causa a independência do Benfica. E, claro, quero uma política de transferências inteligente: vender menos, mas vender melhor, e proteger os nossos talentos formados no Seixal.
4. Qual a sua visão a nível de infraestruturas?
O Benfica tem de ter infraestruturas à altura da sua história. O Seixal é um ativo extraordinário, mas precisa de evoluir: mais tecnologia, melhores condições de treino e um acompanhamento científico permanente do desempenho dos jogadores. No estádio, quero melhorar a experiência de quem vai aos jogos, desde o conforto até à ligação digital. Também é importante dar mais visibilidade às modalidades, criando uma cidade das modalidades que lhes permite alavancar a formação e as equipas principais.
“Cada euro gasto tem de ter retorno, seja em rendimento desportivo, seja em valorização patrimonial”
O investimento em infraestruturas deve ser planeado, faseado e sempre ligado a resultados concretos. Cada euro gasto tem de ter retorno, seja em rendimento desportivo, seja em valorização patrimonial.
5. Qual a primeira medida que tomará após a eleição? Qual será a prioridade depois das eleições?
A primeira medida será anunciar a estrutura executiva do futebol. Quero uma equipa profissional, com autonomia e objetivos muito claros. A gestão do futebol não pode depender do humor do dia, mas de uma estratégia bem definida.
Logo a seguir, será feita uma auditoria interna, para sabermos exatamente qual é o ponto de partida e para podermos comunicar isso aos sócios com total transparência.
As primeiras semanas serão de trabalho intenso: reorganizar processos, rever contratos, preparar a época desportiva e definir uma linha de comunicação próxima dos benfiquistas. A prioridade é devolver estabilidade e confiança.
6. Como vê o Benfica daqui a 4 anos, sob a sua liderança?
Vejo um Benfica mais forte, mais profissional e mais unido. Um clube que domina em Portugal e que é novamente respeitado na Europa. As contas estarão equilibradas, o passivo controlado e as receitas em crescimento. O Seixal continuará a produzir talento, mas com um modelo que garante continuidade e valorização.
Quero um Benfica com estádios cheios, com adeptos orgulhosos, com transparência na gestão e com uma cultura de exigência e mérito. Em quatro anos, se fizermos o que está previsto, o Benfica estará preparado para voltar a disputar títulos europeus e, mais importante, para o fazer de forma consistente, sem depender de ciclos curtos ou de soluções avulsas.
*A Sportinforma não recebeu ainda as respostas da candidatura da Lista C, ‘Benfica Vencerá’, encabeçada por João Diogo Manteigas.























