Declarações de Roberto Martinez, selecionador de Portugal, a antevisão do duelo com a Hungria, que pode colocar a seleção nacional na fase final do Mundial 2026.
Sente alguma ansiedade para carimbar o apuramento? “O aspeto emocional é importante, mas acho que o grupo está calmo, a trabalhar muito bem. Percebe a força que temos em casa. Há uma energia no ambiente em que o jogador fica com vontade de voltar. Tentar apurar para o Mundial em frente aos nossos adeptos que ajudam muito no aspeto emocional”.
Dificuldades contra bloco baixo da Irlanda: “É preciso avaliar o desempenho no global da equipa, que sem bola foi exemplar. Deixámos a Irlanda sem cantos, lançamentos. É um desempenho bom, mas faltou marcar cedo. A bola bate no poste e sai. Gosto da estatística dos golos esperados. O que não podemos perder é o que fizemos sem bola, a resiliência de continuar a tentar fazer o que acreditamos. Ninguém fala do golo da vitória. E não é de azar ou sorte, é uma jogada de qualidade, de cruzamento e de uma chegada a área. É Portugal, é merecido. Queremos continuar a melhorar, podemos melhorar a fluidez e rapidez.”.
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Oito dos golos de Portugal marcados por jogadores que atuam na Arábia Saudita: “O golo é consequência do bom jogo, não apenas do jogador. Mostra que onde jogam não é importante para ajudar a Seleção. É importante a atitude e tentar fazer o que precisam de fazer. Não se trata de jogar num país ou outro, não há uma relação”.
Vai mudar o sistema? “A nossa média é de uma das melhores seleções do Mundo. Temos de valorizar o que fazemos com bola ao detalhe, mais objetivamente. Somos uma equipa de ataque. A Hungria não sofreu golos de bola corrida, nós marcámos dois e um de penálti. Se falamos de avaliar jogos temos de o avaliar bem. A equipa cria oportunidades. Já fizemos isso contra Alemanha, Espanha. Contra a França é o primeiro jogo em que queremos jogar olhos nos olhos. O primeiro golo muda o jogo. Gosto de ver o que escrevem. Temos uma seleção que joga muito e bem. Vamos desfrutar disso”.
Portugal decidido muitos jogos nos últimos minutos: “Acho que é melhor para vocês [jornalistas] falarem disso. A minha responsabilidade é criar um ambiente competitivo, uma equipa de ataque. E é aqui onde ganhas a sorte: 13 vitórias nas fases de apuramento. Nunca tinha sido feito. O que a seleção consegue é do trabalho. Precisamos de falar mais do que os jogadores estão a fazer bem do que a sorte do treinador”.
Críticas são injustas? “Fazem parte. Gostaria que fossem informadas. O foco é desfrutar mais da seleção, não há uma equipa perfeita, mas acho que os jogadores merecem mais respeito pelo que estão a fazer. Todas as pessoas têm uma opinião, não vejo um problema aqui”
Selecionador espanhol disse que o Pedri é o melhor médio. Para si quem é o melhor? “O De la Fuente está certo em dizer que os seus são os melhores. Para mim, o Vitinha é o melhor do mundo, João Neves também é dos melhores, com características diferentes. A nível estatístico foi o Vitinha. Na época que fez, foi o melhor médio na Champions. Precisamos de aceitar as opiniões, mas também apoiamos o que é objetivo”.
Vai colocar extremos puros diante a Hungria? “O importante é ter uma equipa com energia e clareza. Não é só o onze, é importante que todos estejam preparados para um jogo exigente. O Félix vai treinar esta tarde. Normalmente sempre fazemos duas ou três trocas. Faz parte do que trabalhamos”.
Portugal jogou praticamente só com um central em Budapeste. Vai mudar isso? “Importante é o aspeto da polivalência. Há jogadores que conseguem jogar em muitas posições. Ruben Neves já jogou a central. Temos jogadores que podem jogar a centrais, já fizemos com o Palhinha. Temos o Matheus Nunes que consegue jogar a lateral. A função é sempre ter uma linha defensiva boa e uma reação boa. Não é a posição, é a atitude do jogador na posição”.
O Portugal-Hungria joga-se esta terça-feira às 19h45, em Alvalade. Uma vitória colocará Portugal no Mundial 2026.