O São Paulo, clube onde atua o internacional português Cédric Soares, voltou a ser abalado por uma forte polémica, numa altura em que ainda tenta digerir uma temporada de 2025 para esquecer. O oitavo lugar no Brasileirão, aliado às eliminações nos quartos de final da Taça Libertadores, nos oitavos da Taça do Brasil e nas meias-finais do Campeonato Paulista, ganha agora novos contornos fora das quatro linhas.
– Tudo sobre o desporto nacional e internacional em sportinforma.sapo.pt –
Uma investigação divulgada este sábado pelo portal UOL Esporte revela que dois jogadores do plantel terão sido instruídos a utilizar Mounjaro, um medicamento indicado para o tratamento da obesidade, no contexto de uma grave crise de lesões que marcou a época da equipa orientada por Hernán Crespo. No total, o São Paulo registou 49 paragens por problemas físicos ao longo da temporada.
De acordo com a mesma fonte, a orientação partiu do nutricionista Eduardo Rauen, alegadamente sem o conhecimento da restante estrutura do clube. A situação tornou-se ainda mais sensível devido ao facto de o medicamento ter sido entregue com rótulo e bula em inglês, o que levanta dúvidas sobre a sua origem e sugere que poderá não ter sido adquirido no Brasil.
Em reação às revelações, Eduardo Rauen defendeu a legitimidade do procedimento. “Conforme descrito na bula, pacientes com IMC acima de 27,5, associados a comorbilidades, têm indicação formal para o uso do medicamento, sempre com acompanhamento médico”, explicou. O nutricionista garantiu ainda que os atletas apresentaram melhorias ao nível da composição corporal. “Os dados mostram perda de peso, redução do percentual de gordura e melhoria da massa muscular”, acrescentou.
Rauen sublinhou também que o processo respeita critérios médicos e legais. “Trata-se de um procedimento legítimo, seguro, apoiado pela literatura científica e executado dentro das normas éticas e regulamentares. O medicamento pode ser adquirido em farmácias brasileiras ou importado legalmente, mediante prescrição e autorização da Anvisa. O fundamental é garantir que o produto seja autêntico”, afirmou.
Esta polémica surge poucos dias depois de o São Paulo ter avançado com uma profunda remodelação do departamento clínico, numa decisão assumida pela direção como necessária face a uma situação considerada “insustentável”. Apesar de vários despedimentos, Eduardo Rauen manteve-se em funções, decisão que agora gera novas interrogações internas e externas.
O superintendente geral do clube, Márcio Carlomagno, já tinha reconhecido publicamente os problemas vividos ao longo do ano. “O ano de 2025 serve como exemplo de como não devemos trabalhar. Identificámos resistência a mudanças e os números comprovam que ficámos muito abaixo do que estava previsto. Por isso, avançámos com alterações estruturais. O importante é que todos estejam alinhados”, afirmou.
Com este novo episódio, o São Paulo enfrenta mais um capítulo delicado num processo de reconstrução que se anuncia longo, tanto no plano desportivo como institucional.























