O Sporting de Braga entra na nova época com uma mensagem clara para o país futebolístico: já não chega sonhar — é preciso conquistar. Sob a liderança do espanhol Carlos Vicens, antigo braço-direito de Pep Guardiola no Manchester City, os arsenalistas apresentam o maior investimento da sua história e um discurso mais ambicioso do que nunca.
António Salvador não escondeu o jogo durante a campanha para mais um mandato: ser campeão nacional até 2029 é o objetivo. E o caminho começou a ser traçado desde cedo, com a chegada de um treinador estrangeiro — o primeiro em mais de duas décadas à frente do clube — e com uma política de contratações agressiva e ousada.
Carlos Vicens: de Guardiola para o Minho
Com 42 anos e um percurso ligado ao futebol formativo e à excelência do City Football Group, Carlos Vicens chega a Braga com o desafio de estrear-se como treinador principal num campeonato competitivo e com exigências claras. A admiração por Guardiola é evidente — “um mentor”, como o descreveu — mas a promessa feita aos adeptos minhotos é outra: criar uma identidade própria, com um futebol dominador, moderno e ambicioso.
Reforços a peso de ouro
Com quase 30 milhões de euros investidos, o SC Braga entra na temporada com o estatuto de clube mais gastador fora do eixo Lisboa-Porto. Entre as caras novas, destacam-se:
Pau Víctor (ex-FC Barcelona) — avançado espanhol contratado por 12 M€, agora o jogador mais caro da história do clube.
Mario Dorgeles (ex-Nordsjaelland) — médio costa-marfinense contratado por 11 M€, promissor e poderoso fisicamente.
Lagerbielke (ex-Celtic/Twente) — central sueco por 2,57 M€.
Alaa Bellaarouch (ex-Estrasburgo) — guarda-redes marroquino por 300 mil euros.
Moscardo — médio brasileiro de 19 anos, emprestado pelo PSG, chega a custo zero.
Fran Navarro, agora em definitivo por 3 M€, após empréstimo do FC Porto.
Até ao momento, o Braga não perdeu nenhum dos seus principais ativos, embora jogadores como Banza estejam de saída por não entrarem nos planos do novo treinador. As saídas mais relevantes — Matheus, André Horta, Roberto Fernández e Soumaré — foram compensadas financeiramente com vendas superiores a 15 M€ no total.
Pré-época: sinal positivo, mas trabalho em curso
O SC Braga teve uma pré-época exigente, com destaque para os triunfos frente a Celta de Vigo (3-1) e Panathinaikos (2-1). A equipa mostrou sinais de evolução na pressão alta, posse controlada e mobilidade ofensiva — traços do modelo que Vicens procura implementar. Ainda assim, o empate sem golos frente ao Levski Sofia, na estreia europeia, mostrou que há afinações por fazer.
A segunda mão da eliminatória provou que os minhotos estão no caminho certo, depois de vencerem por 2-1.
Uma época para provar que é possível
A estreia oficial na Liga está marcada para domingo, diante do Tondela, recém-promovido à I Liga. É o início de um caminho que os bracarenses esperam que os leve — finalmente — à luta pelo título até ao fim.
Num campeonato onde Sporting, Benfica e FC Porto continuam a dominar, o Braga quer deixar de ser “outsider” e passar a ser protagonista. Com treinador novo, plantel reforçado e objetivos assumidos, o desafio está lançado.
2025/26 pode ser o ano em que o SC Braga deixa de ser a eterna promessa para se afirmar como real candidato ao trono do futebol português.