Este domingo o pelotão da Volta a Portugal cumpre a quarta etapa da prova, num dos percursos mais antecipados de todas as edições da maior prova velocipédica nacional.
Os ciclistas partem desde Bragança, tendo pela frente quase 183 quilómetros de uma tirada que só termina na chegada ao Santuário da Senhora da Graça.
Ao todo são 8,4 quilómetros para subir os 947 metros de altitude do Monte Farinha, que apresenta uma pendente média de 7,5%, com troços que ultrapassam mesmo os 10% de inclinação.
Lá em cima está a capela de Nossa Senhora da Graça, construída no século XVIII, local que alvo de várias peregrinações ao longo do ano, a última das quais no início de setembro. Contudo, a mais mediática será a realizada no mês de agosto, aquando da passagem da caravana da Volta a Portugal.
A primeira vez que a subida à Senhora da Graça fez parte da Volta foi em 1978. A etapa foi ganha por João Costa, da equipa Campinense; desde aí o pelotão subiu o Monte Farinha por mais 42 vezes nas 47 edições da prova que se sucederam.
Vencedores
As primeiras nove chegadas ao alto foram vencidas por ciclistas portugueses, com especial destaque para Marco Chagas e Carlos Moreira, ambos com duas vitórias cada.
O primeiro triunfo estrangeiro chegou em 1989 com o espanhol Santiago Portillo, que abriu caminho ao pelotão internacional no que ao Alto da Senhora da Graça diz respeito.
Com efeito, há três anos que um português não vence no topo do Monte Farinha. O último a conseguir tal proeza foi António Carvalho, em 2022. Nas últimas dez chegadas, apenas somaram-se apenas três vitórias lusas.
Lista de vencedores:
1978 – João Costa (Campinense)
1979 – Marco Chagas (Lousa-Trinaranjus)
1980 — neutralizada
1981 – Benjamim Carvalho (Coimbrões-Fagor)
1983 – Venceslau Fernandes (Rodovil-Ajacto)
1984 – Manuel Cunha (Ovarense-Herculano)
1985 – Marco Chagas (Sporting-Raposeira)
1986 – Carlos Moreira (Sangalhos-Recer)
1987 – Manuel Vilar (Boavista-Sportlis)
1988 – Carlos Moreira (Boavista-Sarcol)
1989 – Santiago Portillo, Esp (Lótus-Zahor)
1990 – Joaquim Gomes (Sicasal-Acral)
1991 – Jorge Silva (Sicasal-Acral)
1992 – Cássio Freitas, Bra (Recer-Boavista)
1993 – Quintino Rodrigues (Imporbor-Feirense)
1994 – Felice Puttini, Sui (Brescialat)
1995 – António Correia (Janotas & Simões).
1996 – Massimiliano Lelli, Ita (Saeco-Levira)
1997 – Zenon Jaskula, Pol (Mapei)
1998 – Jose Luis Rebollo, Esp (Recer-Boavista)
1999 – Michele Laddomada, Ita (LA-Pecol)
2000 – Claus Moller, Din (Maia-MSS)
2001 – Jose Luis Rebollo, Esp (Festina)
2002 – Joan Horrach, Esp (Milaneza-MSS)
2003 – Pedro Arreitunandia, Esp (Carvalhelhos-Boavista)
2004 – David Arroyo, Esp (LA-Pecol)
2005 – Adolfo Garcia Quesada, Esp (Comunitat Valenciana)
2006 – João Cabreira (Maia-Milaneza)
2007 – Eladio Jimenez, Esp (Karpin-Galicia)
2008 — Juan Cobo Acebo, Esp (Scott-American Beef)
2009 — André Cardoso, Por (Palmeiras Resort-Prio)
2010 — David Blanco, Esp (Palmeiras Resort-Prio)
2011 — Hernâni Broco, Por (LA-Antarte)
2012 — Rui Sousa, Por (Efapel-Glassdrive)
2013 – Sergio Pardilla, Esp (MTN-Qhubeka)
2014 — Edgar Pinto, Por (LA-Antarte)
2015 — Filipe Cardoso, Por (Efapel)
2016 – Gustavo Veloso, Esp (W52-FC Porto)
2017 – Raúl Alarcón, Esp (W52-FC Porto)
2018 – Raúl Alarcón, Esp (W52-FC Porto)
2019 – António Carvalho, Por (W52-FC Porto)
2020 – Amaro Antunes, Por (W52-FC Porto)
2021 – Mauricio Moreira, Uru (Efapel)
2022 – António Carvalho (Glassdrive)
2023 – James Whelan, Aus (Glassdrive)
2024- Abner González, Ptr (Caja Rural)
Vitória no alto significa vitória na Volta?
Apesar da sua enorme importância na determinação da classificação geral, a verdade é que uma vitória no alto da Senhora da Graça nem sempre significa a conquista da Volta a Portugal.
Com efeito, e das 43 passagens desta etapa pela Volta, apenas sete ciclistas conseguiram somar o triunfo na etapa ao triunfo geral no final da prova.
Marco Chagas em 1985, Jorge Silva em 1991, Cássio Freitas em 1992, Massimiliano Lelli em 96, Zenon Jaskula em 1997, David Blaco em 2010, e Amaro Antunes em 2020.