Já é um dos casos bizarros desta época desportiva em Portugal, difícil de entender para os adeptos do futebol nacional.
O Lusitânia de Lourosa foi multado pela escassez de apanha-bolas e pela falta de água quente nos balneários do Estádio do Algarve, casa que lhe foi imposto, sem a sua vontade e consulta, pela Liga de Clubes, para a receção a União de Leiria, jogo da 11.ª jornada da Segunda Liga.
O Conselho de Disciplina da FPF acabou por multar o emblema de Santa Maria da Feira em 540, mesmo sabendo que não teve nada a ver com algumas das falhas apontadas.
“Ambos balneários, visitado e visitante, não dispunham de água quente após o final do encontro. Questionado o diretor de campo da equipa visitada, Nuno Maior, o mesmo informou que a falha teve como principal causa um pico de energia que ocorreu durante a tarde. Aquando das vistorias por parte dos delegados da Liga, os balneários dispunham de água quente. A equipa visitada, Lusitânia de Lourosa, apenas dispunha de um apanha-bolas”, detalha o relatório do Conselho de Disciplina da FPF, citado pelo MaisFutebol.
O jogo foi marcado por muita polémica. Inicialmente agendado para à tarde do dia 09 de novembro para o Centro de Treinos e Formação Desportiva Jorge Costa (Olival), às 14h00, já depois de o FC Porto ter autorizado a utilização do espaço, a Liga resolveu remarcar o jogo para às 20h30 do mesmo domingo, à noite.
Como não há iluminação para as transmissões dos jogos a noite no recinto de treinos do FC Porto, a solução encontrada pela Liga de Clubes foi… o estádio do Algarve, já que o Estádio Cidade de Barcelos estava indisponível.
A decisão mereceu críticas do Lourosa, já que, alega o clube, não foi tido nem achado na decisão unilateral da Liga de Clubes. Até porque jogaram poucas horas depois de o mesmo recinto ter sido utilizado num jogo da primeira divisão do futebol feminino nacional, entre o Damaiense e o Rio Ave.
“Num momento particularmente desafiante, todos os envolvidos na decisão de nos colocar a jogar no Estádio do Algarve, tudo parece fazerem para não dignificar o futebol profissional, a justiça desportiva, e sobretudo o tão anunciado fair play, estando bem mais empenhados em transmitir uma imagem pouco digna, mais condizente com o paradigma vigente que anunciam, aos setes ventos, tanto quererem mudar”, escreveu o clube.
A hora tardia do jogo, num domingo, realizado a mais de 500 quilómetros de Lourosa, acabou por ter influência na adesão dos adeptos. Apenas… 73 espetadores estiveram nas bancadas.
O presidente do Lourosa, Hugo Mendes, premiou os adeptos que se sacrificaram para apoiar a equipa, com frango assado para jantar.
A refeição também foi partilhada com jogadores e restante estrutura junto ao estádio. Recorde-se que a partida e o Lusitânia Lourosa e o UD Leiria terminou empatada a uma bola.
“Um jantar de verdadeiros leões. Nós e vocês… é uma ligação blindada por Paixão de Leão. Um gesto que é pouco para agradecer por nunca nos deixarem sós!”, pode ler-se numa publicação nas redes sociais.
Quanto ao jogo, João Silva deu vantagem ao Lourosa logo aos dois minutos, Daniel Borges empatou para a União de Leiria, aos 11.
Na tabela, o Lusitânia Lourosa FC soma agora 11 pontos e ocupa o 16.º lugar, enquanto a União de Leiria, tem 19 pontos, na quinta posição























