Gonçalo Guerreiro (Polaris) é campeão nacional de SSV (T4), título conquistado, por antecipação, na Baja TT Sharish Gin Reguengos de Monsaraz Mourão 2025 (11 a 14 de setembro).
Reergueu o troféu que conquistou pela primeira vez na carreira em 2022. Na altura, aos 22 anos, consagrou-se como o mais novo campeão da modalidade.
Lidera atualmente o Campeonato de Portugal de Todo o Terreno (CPTT), quando faltam duas provas (Portalegre e Lagos) para o final da temporada. Trava uma luta titânica contra João Ferreira (Toyota Hilux), campeão em 2022 e segundo da geral.
“Não era o meu objetivo ser campeão absoluto”, admite ao SAPO DESPORTO, o piloto natural de Cascais, 25 anos. No entanto, ao estar em posição privilegiada de alcançar o inédito sucesso, não se contém.
“Ser vencedor é histórico”, reconhece Gonçalo Guerreiro, a um passo de escrever um capítulo histórico no campeonato nacional absoluto de todo o terreno ao poder tornar-se no primeiro campeão absoluto proveniente da categoria SSV (ex-Can-Am).
“Para já sou líder. Faltam duas provas, se tiver a oportunidade para vencer, porque não colocar a equação”, questiona o vencedor de quatro das sete provas do calendário.
O Dakar em solo português pode decidir as contas nacionais
Quase tudo pode ficar decidido no BP Ultimate Rally Raid Portugal, 23 a 28 de setembro, com partida (prólogo) de Grândola (15h00) e chegada a Lisboa, no domingo.
Na Baja pontuável para World Rally Championhip (W2RC – Campeonato do Mundo de Rally Raid), única prova disputada em solo europeu, e para o CPTT, Gonçalo Ribeiro, ao volante de um Taurus, apresentar-se-á inscrito na equipa do tricampeão mundial, Nasser al Attiyah.
Candidato a vencer a categoria Challenger, o triunfo no final das cinco etapas, num total de 2.160 km, dos quais 1.405 cronometrados, que liga o Alentejo, Ribatejo e Extremadura espanhola, pode servir de impulso quase decisivo nas contas nacionais.
Organizada pelo ACP, este Dakar em solo português recebe estrelas e campeões mundiais, entre os quais, Nasser al Attiyah, líder do campeonato e tricampeão mundial, Carlos Sainz (campeão do mundo WRC em duas ocasiões), Yazeed Al Rajhi (vencedor do Dakar 2025), Sébastien Loeb (nove vezes campeão do mundo de ralis), Cristina Gutiérrez e Lucas Moraes.
Do lado português, entre os 100 inscritos, surge Alexandre Pinto (Polaris), piloto que pode sagrar-se campeão do mundo na categoria SSV, João Ferreira, na luta pelo título nacional absoluto, Miguel Barbosa e Luís Portela, entre outros.
O trabalho na oficina do pai
O pai, Jorge Branco, ex-piloto e apaixonado pela categoria SSV, foi e é a grande fonte de inspiração de Gonçalo Guerreiro.
“O meu pai inspirou-me muito, tinha o sonho de que podia ser um bom piloto e viu uma oportunidade para o filho”, recorda.
Ao lado dos dois irmãos, começou por andar de kart e motos “para aprender as mudanças de direção e equilíbrio”, confessa. “Tirei a carta aos 16 anos para conduzir aqueles carros (referência aos quadriciclos)”. Estreou-se aos 17 anos no desporto motorizado.
Trabalha ao lado do pai na oficina da família dedicada a carros de competição. Cuidam dos carros “dos rivais” e do “próprio SSV”, sussurra. “Faz parte da minha vida, faço de tudo um pouco”, revela.
Além de mecânico e construtor do seu próprio carro, não abdica de ser piloto. “Vamos ver o que acontece, mas não me vejo a fazer outra coisa para além disto. Não há o plano B, há o plano A”, exclama Gonçalo Guerreiro que se define com “um gajo simples, com os vícios, que gosta da vida e de comer”, diz, entre sorrisos.
Revelação do último Dakar, 2.º classificado em ano de estreia, Gonçalo Guerreiro, abre as portas à segunda participação ao mais desafiante prova do mundo. “Estou a preparar o Dakar, mas ainda não posso dizer com quem vou”, finaliza.























