Onze dias, dez etapas, 16 equipas e 105 ciclistas percorrem 1581 quilómetros. São estes os números da 86ª edição da Volta a Portugal, a mais importante prova do calendário velocipédico nacional.
A edição deste ano promete muita animação e dificuldades logo desde o arranque, e onde os ‘sprinters’ não terão muitas verdadeiras oportunidades para brilhar.
Com efeito, às habituais e míticas subidas à Serra da Estrela e Senhora da Graça, a edição de 2025 traz ainda o regresso da Serra de Montejunto, que poderá ajudar a definir a classificação geral.
Veja o percurso da Volta a Portugal
A corrida
A Volta começa com um breve prólogo de pouco mais de três quilómetros na cidade da Maia, por forma a fazer a primeira seleção no que a candidatos diz respeito.
Este poderá ser o dia ideal para ciclistas como Iuri Leitão, campeão olímpico de pista, ou Rafael Reis, campeão nacional de contra-relógio, vestirem a camisola amarela.
A primeira etapa traz consigo as primeiras dificuldades. Partindo de Viana do Castelo, o pelotão terá de ultrapassar quatro contagens de montanha, sendo que duas delas passam pelo Santuário do Sameiro, onde está situada a meta.
Já a segunda etapa estará mais propícia a uma fuga ou sprint final. Os ciclistas partem desde Felgueiras, acabando no centro de Fafe, numa tirada sem grandes dificuldades.
Por sua vez, a terceira etapa volta a ser uma montanha russa com duras escaladas para os ciclistas. A etapa arranca com uma subida de 3.ª categoria até Alturas do Barroso. Destaque ainda para a escalada de 2.ª categoria na Serra do Brunheiro e uma de 3.ª até Rebordelo. Depois de passarem por Vinhais, os atletas terão de ultrapassar a Serra da Nogueira (1.ª categoria). Por fim, a etapa termina com 15 Km mais tranquilos até Bragança.
O final da primeira semana de prova termina com a etapa 4 e a mítica subida à Senhora da Graça. Durante os primeiros 100 km, a etapa será calma, mas segue-se o Alto do Pópulo (2.ª categoria), Leirós (3.ª), Serra do Alvão (1.ª). O fim dá-se na Senhora da Graça, que pode trazer novidades à classificação geral individual.
Depois de domingo, os ciclistas têm um dia de descanso até voltaram à prova na terça-feira com a quinta etapa. Partindo de Lamego, passando por Peso da Régua, Bigorne, Carranqueira, São Pedro do Sul e duas passagens de meta em Viseu.
De seguida, os ciclistas vão passar pela dura sexta etapa, com um prémio de montanha de 2.ª categoria nos primeiros 20 quilómetros. Moinho de Pisco, Mortágua, Oliveira do Hospital e Gouveia são as algumas das passagens. Há também três escaladas, uma em Videmonte e duas na Guarda.
A etapa 7 vai ser mais calma com passagens por Penamacor e Belmonte. Segue-se uma subida até Serzedo e outra bastante dura. O pelotão vai enfrentar a subida até à Torre, a única de categoria especial.
A oitava etapa traz a novidade uma novidade do percurso: Ferreira do Zêzere. Este dia será quase plano e sem grandes dificuldades, entre Abrantes, Santarém, Constância, Alpiarça e Cartaxo.
A penúltima etapa (9.ª) será calma entre Caldas da Rainha, Torres Vedras e Bombarral. Contudo, os últimos 5 quilómetros vão ficar marcados com a subida até Montejunto.
Para finalizar, a Volta a Portugal termina com um contrarrelógio individual que vai começar e terminar em Lisboa.
Favoritos à vitória
A Volta a Portugal arranca, esta quarta-feira, com mais uma grande edição e não existem muitas dúvidas quanto à equipa favorita à vitória.
Anicolor-Tien 21 surge como grande favorita à vitória, sendo provável que possa revalidar o título. Artem Nych é o atual vencedor da prova nacional. O espanhol Rúben Fernández é outro grande nome da equipa, tal como o francês Alexis Guerin.
Resta saber quais poderão ser os adversários do russo e há alguns nomes prováveis. É o caso de Jesus David Peña, do Tavira, que tem um bom historial como trepador. Para além disso, tem feito a época do World Tour, sendo uma boa preparação para a Volta.
A nível nacional, Iuri Leitão é o grande destaque, mas o campeão olímpico de pista, não terá as suas condições favoritas com o novo percurso. O luso admitiu que será mais “discreto do que gostaria”, tendo em conta que os sprinters vão ter poucas oportunidades para brilhar.
Outro dos nomes relevantes e que pode dar bons indicadores, principalmente, para o futuro é Lucas Lopes. O ciclista de 22 anos é o jovem luso que tem condições para surgir em grande plano, entre os atletas portugueses.